Segunda-feira, 24 de março de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 7 de janeiro de 2024
Ídolo da Seleção Brasileira e de clubes cariocas, Mário Jorge Lobo Zagallo faleceu aos 92 anos na noite de sexta-feira (5), deixando um rastro de conquistas e também uma coleção de histórias antológicas, algumas associadas ao número 13, o preferido de um sujeito assumidamente supersticioso. Conheça – ou relembre – 13 desses momentos.
– Multicampeão: atuando pela Seleção Brasileira, participou das conquistas das copas do mundo de 1958 e 1962, na Suécia e Chilee. Em 1970, às vésperas do Mundial do México e já técnico, assumiu o comando da equipe após a saída de João Saldanha e foi o regente do imparável time de Pelé, Tostão, Gerson, Jairzinho e Rivelino.
Já na Copa de 1994, nos Estados Unidos, foi auxiliar do treinador Carlos Alberto Parreira na conquista do tetra, fechando um ciclo de várias décadas como grande influenciador das conquistas da Seleção.
– Versatilidade: na época de jogador, ganhou o apelido de “Formiguinha” por conta de sua dedicação tática em campo e pelo estilo de ser um ponta recuado que ajudava na recomposição do setor de meio de campo, algo raro para o futebol da época.
– Sequência: fazendo dupla de ataque com Evaristo de Macedo e sob o comando do técnico Fleitas Solich, o Feiticeiro, ergueu pelo Flamengo os títulos do Campeonato Carioca de 1953, 1954 e 1955.
– Gol em final: na decisão da Copa de 1958, a Suécia se viu acuada em casa por um Brasil amplamente ofensivo, que contava com Garrincha, Vavá, Pelé e Zagallo no ataque. O quarto gol da vitória brasileira por 5 a 2 foi do então camisa 7, que pegou sobra na área sueca, ganhou dividida da marcação e colocou por baixo do goleiro Svensson.
– Migração: logo após abandonar os gramados, iniciou um vitoriosa carreira de treinador. O primeiro título na nova função veio de forma instantânea com o Botafogo. Assumindo o cargo no Alvinegro em 1966, foi necessário um espaço de apenas dois anos para empilhar títulos cariocas e conquistar o Brasileirão de 1968.
– Derrota: na Olimpíada de 1996, o Brasil chegou como amplo favorito na disputa do futebol, e no cargo de técnico, o alagoano chegou a afirmar que “a equipe não veio para ganhar prata ou bronze”. Mas as semifinais foram de decepção, com virada sofrida contra a Nigéria e eliminação antes da final.
– Desabafo: em 1997, três anos após o tetra, Zagallo se encontrou diante de uma grande pressão novamente no cargo de treinador. Antes da disputa da Copa América, o técnico foi fortemente questionado, mas o time fez uma campanha exímia, com 100% de aproveitamento, e terminou como campeão. Após o título, o “Velho Lobo” virou para as câmeras e desabafou com a célebre frase: “Vocês vão ter que me engolir!”.
– Polêmica: em 1998, Romário tratava uma lesão na panturrilha e garantiu que estaria 100% recuperado para a disputa da Copa na França. Na convocação, surpreendentemente, o nome do Baixinho não apareceu na lista, sob diversos protestos de torcedores brasileiros. Logo depois, Romário apareceu em lágrimas, direcionando críticas ao treinador e a Zico, que foi auxiliar no Mundial.
– Liderança: uma das imagens mais bonitas e inspiracionais da jornada de Zagallo aconteceu justamente na Copa de 1998. Antes da disputa por pênaltis na semifinal contra a Holanda, o treinador passou alguns minutos motivando seus comandados. Deu certo.
– Veterano: em 2001, como técnico do Flamengo, o Velho Lobo teve a oportunidade de reviver um momento que desfrutou como jogador. O tri carioca do Rubro-Negro na década de 50 viria a se repetir pela quarta vez entre o fim do segundo e o começo do terceiro milênio (1999, 2000 e 2001). Zagallo foi o técnico do time que venceu a final contra o Vasco.
– Despedida: em novembro de 2002, ainda vivendo a ressaca do penta, a Seleção Brasileira se despediu do eterno comandante na área técnica. Manifestando o desejo de assumir a coordenadoria, Zagallo fechou seu ciclo sendo interino em amistoso com a Coreia do Norte, aos 72 anos, e foi celebrado ao fim da partida pelos jogadores convocados.
– Precedendo um amistoso da Seleção Brasileira no México, Zagallo pegou um voo com escala em Los Angeles (EUA). O fato de ter passaporte com visto da Arábia Saudita (por ter trabalhado no país) o levou a ser interrogado pela polícia norte-americana, sob tensão relacionada a ataques terroristas do 11 de setembro. Após ser liberado, ele ironizou: “Eles não acham o Osama Bin Laden mas encontraram o Zagallo”.
Superstição
Zagallo tinha como grande ponto de sua trajetória uma espécie de encantamento pelo número 13. Além de coincidências como os títulos de 58 (5 + 8 = 13) e 94 (9 + 4 = 13) e de motivações como a devoção a Santo Antônio (o dia do padroeiro é 13 de junho), morou em um apartamento de 13º andar, por exemplo.
Outra escolha foi a provocação à Argentina, após o título da Copa América de 2004. Na função de coordenador técnico, o alagoano não titubeou em fazer referências à sua superstição: “Brasil campeão e Argentina vice, têm 13 letras”.
No Ar: Bom Dia Caiçara