Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 16 de dezembro de 2023
A derrubada pelo Congresso dos vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao marco temporal e à desoneração da folha de pagamento é minimizada nos bastidores do governo. A avaliação é que as derrotas estavam precificadas, e até mesmo o voto contrário do ministro Carlos Fávaro (Agricultura), que retomou temporariamente o cargo de senador, é vista com tranquilidade.
Auxiliares de Lula recorrem a um ditado popular: foi preciso entregar os anéis para não perder os dedos. Ou seja, por acordo com o Congresso, o Palácio do Planalto engoliu o “golpe”, até porque espera reverter a derrubada dos vetos no Supremo Tribunal Federal (STF), com quem tem relação mais bem azeitada do que com o Congresso.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, minimizou a derrubada dos vetos de Lula (PT) sobre a desoneração da folha de 17 setores e o projeto que estabelece um marco temporal para a demarcação de terras indígenas no país. Padilha disse que não há “time campeão invicto”.
“Não tem time campeão invicto durante todo o campeonato. Você pode às vezes empatar, perder. O que não pode é perder a decisão e o mata-mata. O governo termina o ano ganhando todos os jogos decisivos no Congresso Nacional”, afirmou o ministro.
Padilha afirmou ainda que o governo vai analisar alternativas jurídicas e continuar dialogando com os setores econômicos para medidas mais efetivas para o tema da desoneração.
Traição
Partiu do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), ministro da Agricultura e Pecuária do governo federal, um dos votos que derrubaram o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei que instituiu a tese do marco temporal para demarcação das terras indígenas. Ele foi exonerado temporariamente do cargo no Executivo na terça-feira (12) para apoiar a indicação do ministro da Justiça, Flávio Dino, ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Além de Fávaro, Lula exonerou outros três ministros com mandato no Senado para que eles pudessem apoiar a indicação de Dino: Renan Filho (Transportes), Camilo Santana (Educação) e Wellington Dias (Desenvolvimento Social).
Além do ministro da Agricultura, somente Renan Filho permaneceu na Casa na votação dos vetos. O chefe dos Transportes seguiu a orientação do governo e votou a favor da permanência dos vetos presidenciais. Augusta Brito (PT) e Jussara Lima (PSD), respectivamente suplentes de Santana e Dias, votaram pela manutenção dos vetos.
No Ar: Clube do Ouvinte