Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 10 de junho de 2022
O presidente russo Vladimir Putin sugeriu, que era o seu destino “recuperar e fortalecer” territórios considerados como sendo da Rússia, aparentemente revelando suas percepções sobre a invasão da Ucrânia, iniciada há pouco mais de três meses, e que resultou, até o momento, na captura de 20% do território do país vizinho.
Segundo Putin, “quase nada mudou” em relação à época de Pedro, o Grande, o imperador que liderou o processo de formação do Império Russo e que travou a chamada Grande Guerra do Norte (1700–1721), um conflito que consolidou a presença de Moscou no Mar Báltico.
“Aqui, Pedro I [Pedro, o Grande] lutou na Guerra do Norte por 21 anos. Parece que ele lutou com a Suécia e dizem que capturou terras. Ele não capturou nada, ele recuperou. Ele as recuperou e as fortaleceu, foi o que fez. Aparentemente, também cabe a nós recuperar e fortalecer”, disse Putin, durante reunião com jovens empresários em Moscou.
Oficialmente, a invasão de Putin não tem a conquista de novos territórios como item da longa lista de objetivos no conflito, que incluem a “desnazificação” do país vizinho, um conceito já abandonado, a proteção de populações de origem russa na Ucrânia ou impedir um suposto “genocídio” de russos, conduzido por Kiev.
Mesmo assim, os acontecimentos no front sugerem uma situação diferente: a começar pelo reconhecimento das duas repúblicas separatistas no Leste, Donetsk e Luhansk, dias antes do início do conflito, e a vontade declarada dos dirigentes dessas regiões de passarem a integrar a Federação Russa, seguindo os passos da Crimeia, anexada em meio à revolução que derrubou o governo pró-Moscou, em 2014.
Autoridades instaladas pelas forças de ocupação emitiram os mesmos sinais em Kherson, no Sul, e cidades dominadas pelas forças russas estão passando pelo que os analistas chamam de processo de “russificação”, com troca de placas de ruas, da moeda corrente e do código de telefone.
Na véspera das declarações de Putin, um deputado da Duma, Igor Kastyukevich, ao comentar a visita de um integrante do Kremlin a Kherson, disse no Telegram que “a admissão da região” será “completa e similar à da Crimeia”, sugerindo a realização de um referendo, como ocorreu em 2014 na península.
Durante sua participação na conversa com os empresários, Putin exaltou sua visão de que a Rússia desempenha um papel de liderança no cenário global, algo refletido em suas políticas desde a primeira década do século, e declarou que o país “sempre esteve na vanguarda dos acontecimentos em curso”.
“Sim, houve épocas da História em que tivemos que recuar, mas apenas para reunir forças para seguir em frente, temos que nos concentrar e seguir em frente”, declarou.
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