Terça-feira, 15 de outubro de 2024

Terça-feira, 15 de outubro de 2024

Voltar Para o dono da Natura, “Lula só fará um bom governo se abandonar ideias econômicas do PT”

Às vésperas da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para seu terceiro mandato, o empresário Pedro Passos, um dos acionistas principais da Natura, avalia como positivas as indicações feitas pelo presidente petista para compor os futuros ministérios.

Para Passos, os nomes de Marina Silva (Rede) para Meio Ambiente de e de Camilo Santana (PT) para Educação têm bom histórico e deverão dar uma guinada na gestão das duas pastas, que tiveram administração “desastrosa” com a equipe de Jair Bolsonaro (PL).

O empresário ainda vê, contudo, como um ponto de interrogação as indicações para o comando da Economia, uma vez que há uma composição formada por nomes com visões diferentes.

De acordo com o empresário, Fernando Haddad (PT) na Economia, Aloizio
Mercadante (BNDES), Simone Tebet (MDB) no Planejamento, e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), na Indústria e Comércio, com Roberto Campos Neto no Banco Central (BC), com diferentes visões sobre os rumos da economia, podem levar o presidente Lula a ter a palavra final em decisões importantes nas diretrizes da política econômica.

“Claramente a gente vê visões diferentes. Isso pode ser um problema mais para frente, com disputa interna no governo, como também pode trazer alguma luz à medida que o presidente Lula acabe arbitrando os caminhos”, diz o acionista da Natura, que foi presidente do Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (Iedi).

“Lula fará um melhor governo se abandonar as ideias econômicas do PT”, afirma. Apoiador da candidatura de Simone Tebet para a presidência a República, Passos espera que a futura ministra possa contribuir no governo Lula. “Além da competência pessoal e experiência política, ela defende uma modernização da economia brasileira. Se bem assessorada, ela pode ter uma influência muito importante.

Para Passos, é importante que o novo governo crie uma âncora fiscal porque a
situação de desconfiança e instabilidade vai permanecer e o crescimento do País será baixo. “Nós não temos chance de recuperar o crescimento do País se tivermos uma situação de instabilidade, desconfiança na sustentabilidade das contas públicas. Então, essa é a tarefa que o governo assumiu, mas não demonstrou a direção que vai seguir ainda.”

Ele defende uma visão mais liberal para economia, com o País mais moderno, se inserindo mais internacionalmente, fazendo as reformas – administrativa e
tributária. “Uma economia moderna com crescimento baseado no aumento da
produtividade. Para aumentar a produtividade, precisamos fazer uma série de
reformas, inclusive enfrentando esses grupos de interesse que se apoderaram do Estados brasileiros, com subsídios e incentivos.”

Para ele, os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, são
importantes para população em situação muito crítica. “O auxílio é necessário, mas precisa ser focalizado. Muito melhor direcionar os recursos para aqueles que são muito pobres do que distribuir de forma geral, como reduzir o preço da gasolina, por exemplo. A transferência é importante, mas o que é preciso ter uma política social de longo prazo na educação e saúde, garantir Justiça, o que muda o País de patamar. O que muda é formar um cidadão com maiores competências.”

Para Passos, o governo de Bolsonaro foi um retrocesso para o Brasil. “Ele prejudicou a imagem do País no exterior, com políticas desastrosas em diversos campos, como saúde e educação, além da área ambiental. Do ponto de vista econômico, embora tenha entregado bons indicadores no final de governo, há muitas falhas, deixando represados problemas para o próximo governo.”

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