Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 9 de setembro de 2023
Um dos principais auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro nos quatro anos de governo, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid teve seu acordo de delação premiada com a Polícia Federal homologado neste sábado (9) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, será solto, mas obrigado a usar tornozeleira eletrônica.
Na prática, a decisão representa o aval da Justiça para que o tenente-coronel colabore com investigações que envolvem ele e o ex-titular do Palácio do Planalto em troca de benefícios, como redução ou perdão judicial em caso de condenação.
Cid, que é tenente-coronel da ativa do Exército, está preso desde o dia 3 de maio e é alvo de suspeitas que envolvem fraude em cartões de vacinação, venda irregular de presentes dados ao governo brasileiro e tramas para um possível golpe de estado no País.
A homologação do acordo é considerada uma das fases mais importantes das tratativas de colaboração premiada, uma vez que confirma a validade dos termos apresentados pelo colaborador, assim como a sua intenção de colaborar “de livre e espontânea vontade”. Agora, ele deverá entregar aos investigadores elementos que ajudem a comprovar o que ele vai dizer aos investigadores.
Desde que mudou de estratégia e passou a colaborar com a PF, Cid já prestou três longos depoimentos nas investigações das quais é alvo. Com a homologação do acordo, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro deverá seguir prestando informações.
A investigação mais avançada é a que trata da venda de presentes recebidos por Bolsonaro durante sua passagem pela Presidência. A PF identificou que Cid, com participação do seu pai, o general da reserva Mauro Lourena Cid, vendeu dois relógios recebidos pelo ex-presidente de outros chefes de estado.
Cid está preso desde maio, entretanto, em razão de outro inquérito, que apura uma suposta fraude em cartão de vacina. Segundo a investigação, o então ajudante de ordens da Presidência teria atuado para fraudar certificados de vacinação para si próprio e para seus familiares antes de uma viagem aos Estados Unidos. Os dados de Bolsonaro, assim como o de sua filha, Laura Bolsonaro, também teriam sido fraudados por orientação do então ajudante de ordens.
Na quarta-feira, Moraes decidiu pela soltura do assessor e ex-segurança de Bolsonaro, o ex-policial militar Max Guilherme. Ele deixou a cadeia nesta quinta-feira e já passou a noite em casa, segundo o seu advogado Admar Gonzaga. Max Guilherme foi preso no mesmo dia em que Cid pelo inquérito da inserção de dados falsos na carteira de vacina de Bolsonaro, de Cid e de seus respectivos familiares.
No Ar: Caiçara Confidencial