Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

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Voltar Gravação indica como PCC ofereceu R$ 3 milhões para matar delator

Delator de uma investigação sobre lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach tinha uma sentença de morte contra ele decretada pela facção. Entre os bandidos, dizia-se que havia um prêmio de R$ 3 milhões de recompensa pela cabeça do delator.

O empresário revelou em seu acordo de delação premiada que soube que havia uma oferta de dinheiro pela sua morte. Gritzbach entregou aos promotores do Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), também como parte da delação, um áudio em que um advogado, segundo ele ligado à cúpula da facção e acusado de lavar dinheiro do crime organizado, falava do prêmio. A ação contaria com a anuência da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Registrada na 1.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, a delação de Gritzbach tem seis anexos. Para cada um deles, o empresário prestou depoimentos gravados a partir de maio deste ano. Também forneceu gravações, cópias de mensagens e documentos que estão com os promotores do Gaeco.

O áudio que menciona a recompensa tem 4 minutos e 59 segundos de duração e faz parte do Anexo 6 da delação, onde estão as denúncias de corrupção policial feitas por Gritzbach. A conversa se dá entre um investigador não identificado que trabalhava no Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e o advogado Ahmed Hassan, o Mude, acusado de ser ligado à cúpula da facção, e foi gravada pelo próprio Gritzbach sem o conhecimento dos outros dois no escritório dele.

No bate-papo por telefone, o advogado concorda em aumentar o prêmio de R$ 300 mil para R$ 3 milhões pela morte do empresário.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que “todas as circunstâncias do caso são investigadas”. Em nota, afirmou ainda que “as corregedorias das polícias Civil e Militar apuram a atuação de seus agentes no caso.”

O policial procurou Gritzbach para alertá-lo sobre os planos para matá-lo. Ele pôs o telefone no viva voz para conversar com um advogado acusado de lavar dinheiro da cúpula da facção. O advogado seria amigo de Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, executado em 27 de dezembro de 2021 supostamente a mando de Gritzbach, e Silvio Luiz Ferreira, o Cebola, um dos principais traficantes de drogas de São Paulo e acionista da empresa de ônibus UPBus, que está sob investigação de autoridades sob a suspeita de lavar dinheiro do crime organizado. (AE)

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