Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 18 de julho de 2022
Uma pesquisa mostra que nunca foi tão complexo comprovar a própria identidade. De acordo com o resultado do levantamento, 94% dos brasileiros relataram ter perdido tempo e 84% dizem que tiveram prejuízo financeiro por conta de burocracias de autenticação bancária – processos para identificar se uma pessoa é realmente quem diz ser antes da liberação de um serviço.
Os dados são da pesquisa “Qual o custo de provar que você é você”, encomendada pela startup de soluções de identidade digital Unico ao Instituto Locomotiva. O estudo foi realizado com 1.561 pessoas, entre 25 de abril e 5 de maio de 2022.
Algumas situações em que os brasileiros afirmam ter perdido tempo e dinheiro para provarem quem são às instituições financeiras incluem ter que ir presencialmente ao banco para liberar cartão de crédito ou cadastrar o celular para usar o aplicativo do banco (72%), precisar ir presencialmente ao banco só para levar ou assinar um documento (71%), ter o cartão de débito/crédito ou aplicativo do banco bloqueado por errar a senha (60%) e precisar pagar juros por não conseguir quitar a conta na data certa por falta de documentos (46%). Além disso, 36% dos entrevistados já deixou de pedir empréstimo por excesso de documentos solicitados.
Guilherme Bacellar, especialista de segurança cibernética, aponta a necessidade de descomplicar esse sistema de comprovação de identidade. “Camadas de segurança e autenticação são essenciais e podem ser simples e eficientes, como a biometria facial para autenticação de identidades”, afirma Bacellar.
De fato, 89% dos participantes da pesquisa concordam que as burocracias poderiam ser reduzidas com maior uso de identidade digital, sem a necessidade de documentos físicos. Outros 84% concordam que a substituição de senhas por tecnologias de reconhecimento facial/biometria poderiam reduzir fraudes e golpes.
“No uso do pix, por exemplo, hoje o meio de pagamento mais popular do Brasil, o uso de token biométrico pode melhorar a experiência do consumidor, acelerar fluxos de forma segura e evitar fraudes”, diz Bacellar.
“Nosso produto Unico Check, por exemplo, valida uma identidade em cerca de três segundos e todas as camadas de segurança estão presentes para garantir ao máximo a proteção aos usuários, seus dados pessoais e financeiros.”
Contudo, se por um lado a complexidade pode desanimar os correntistas, por outro todo esse processo pode proteger o patrimônio dos clientes em uma época em que golpes financeiros são diversos e frequentes.
Osmany Arruda, professor de segurança da informação da ESPM, também vê as tecnologias biométricas (reconhecimento facial, por digital ou outros) – quando bem desenvolvidas – como seguras.
Contudo, recomenda sempre ter mais de um fator de autenticação. Isto é, a biometria precisa estar aliada a outras formas de identificar o usuário. “Por exemplo, em um sequestro relâmpago, não vai adiantar nada (apenas ter biometria). Em caso de perda do celular, aí sim, pode ser seguro”, afirma o docente. “Não dá para falar da tecnologia isoladamente do contexto.”
O especialista também reforça que, apesar de desagradar clientes, algumas burocracias são, sim, necessárias para garantir a segurança das contas na instituição financeira. “Se os bancos estão fazendo dessa forma é porque existe uma razão para isso”, afirma Arruda. “Segurança e operacionalização são dois pratos de uma mesma balança. Se aumenta a segurança, a operacionalização fica mais complicada. Se diminuir a segurança, facilita para o correntista, vai ser mais ágil.”
No Ar: Bom Dia Caiçara