Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 31 de março de 2023
Em conversas com aliados, Jair Bolsonaro tem dito, de maneira enfática, que não vê os governadores de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e de Minas Gerais, Romeu Zema, “prontos” para enfrentar uma eleição presidencial com Lula. Nos bastidores, o ex-presidente faz críticas, especialmente, ao seu pupilo Tarcísio. Ele afirma que o governador é muito técnico e que “seria engolido pela política”.
Apesar de saber que a chance de ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é grande, Bolsonaro deixa claro que tem como projeto concorrer ao Palácio do Planalto em 2026. O discurso do capitão, ao retornar ao Brasil, nesta quinta-feira, foi de candidatíssimo e mirou Lula. Ele disse que o governo petista não fará o que “bem quer”. Outro gesto foi descartar qualquer possibilidade de Michelle concorrer à Presidência ou qualquer cargo no Executivo.
No PL, entretanto, a candidatura do ex-presidente é tratada como “carta fora do baralho”. Lideranças da sigla e do centrão avaliam que o espaço será ocupado por herdeiros de Jair Bolsonaro e hoje veem Tarcísio como o nome mais forte, além da ex-primeira-dama.
Tarcísio de Freitas
Desde que foi eleito, o ex-ministro e afilhado político de Bolsonaro tem conciliado uma postura mais pragmática e ponderada na hora de tomar decisões, como distribuir cargos e sancionar projetos, com gestos e afagos à base bolsonarista mais radical, como elogios públicos.
Mais de uma vez, Tarcísio declarou ter gratidão a Bolsonaro por ter sido escolhido e alavancado por ele na eleição ao Palácio dos Bandeirantes. No entanto, o governador confiou uma relevante fatia da máquina paulista ao secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), cujo partido também integra a base do governo Lula, o que tem incomodado o “bolsonarismo raiz” que ajudou a elegê-lo.
Romeu Zema
No início de março, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, disse não ter qualquer contato com o ex-presidente desde a eleição de 2022.
Durante as eleições do ano passado, os dois estiveram no mesmo palanque. Além disso, Romeu Zema foi uma importante chave na campanha de reeleição do ex-presidente. Após o fracasso de Bolsonaro nas urnas, no entanto, Zema tenta se distanciar.
O governador de Minas é apontado na direita como um potencial sucessor de Bolsonaro em 2026, em caso de inelegibilidade do ex-presidente. Como outros governadores bolsonaristas, Zema se equilibra entre moderação e acenos à direita radical. No início do ano, Zema condenou os ataques golpistas de 8 de janeiro em Brasília, mas sugeriu, sem provas, que Lula fez “vista grossa” diante do vandalismo para se vitimizar.
No Ar: Caiçara Confidencial