Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Voltar Bolsonaro não vê Tarcísio nem Zema “prontos” para enfrentar eleição com Lula

Em conversas com aliados, Jair Bolsonaro tem dito, de maneira enfática, que não vê os governadores de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e de Minas Gerais, Romeu Zema, “prontos” para enfrentar uma eleição presidencial com Lula. Nos bastidores, o ex-presidente faz críticas, especialmente, ao seu pupilo Tarcísio. Ele afirma que o governador é muito técnico e que “seria engolido pela política”.

Apesar de saber que a chance de ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é grande, Bolsonaro deixa claro que tem como projeto concorrer ao Palácio do Planalto em 2026. O discurso do capitão, ao retornar ao Brasil, nesta quinta-feira, foi de candidatíssimo e mirou Lula. Ele disse que o governo petista não fará o que “bem quer”. Outro gesto foi descartar qualquer possibilidade de Michelle concorrer à Presidência ou qualquer cargo no Executivo.

No PL, entretanto, a candidatura do ex-presidente é tratada como “carta fora do baralho”. Lideranças da sigla e do centrão avaliam que o espaço será ocupado por herdeiros de Jair Bolsonaro e hoje veem Tarcísio como o nome mais forte, além da ex-primeira-dama.

Tarcísio de Freitas

Desde que foi eleito, o ex-ministro e afilhado político de Bolsonaro tem conciliado uma postura mais pragmática e ponderada na hora de tomar decisões, como distribuir cargos e sancionar projetos, com gestos e afagos à base bolsonarista mais radical, como elogios públicos.

Mais de uma vez, Tarcísio declarou ter gratidão a Bolsonaro por ter sido escolhido e alavancado por ele na eleição ao Palácio dos Bandeirantes. No entanto, o governador confiou uma relevante fatia da máquina paulista ao secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), cujo partido também integra a base do governo Lula, o que tem incomodado o “bolsonarismo raiz” que ajudou a elegê-lo.

Romeu Zema

No início de março, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema, disse não ter qualquer contato com o ex-presidente desde a eleição de 2022.

Durante as eleições do ano passado, os dois estiveram no mesmo palanque. Além disso, Romeu Zema foi uma importante chave na campanha de reeleição do ex-presidente. Após o fracasso de Bolsonaro nas urnas, no entanto, Zema tenta se distanciar.

O governador de Minas é apontado na direita como um potencial sucessor de Bolsonaro em 2026, em caso de inelegibilidade do ex-presidente. Como outros governadores bolsonaristas, Zema se equilibra entre moderação e acenos à direita radical. No início do ano, Zema condenou os ataques golpistas de 8 de janeiro em Brasília, mas sugeriu, sem provas, que Lula fez “vista grossa” diante do vandalismo para se vitimizar.

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No Ar: Caiçara Confidencial