Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024

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Voltar Vice-presidente da República e senador eleito pelo Rio Grande do Sul, Mourão nega que vá passar a faixa a Lula: “Não sou o presidente”

O senador eleito e vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos) rejeitou assumir a entrega da faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT), diante da possibilidade de o presidente Jair Bolsonaro (PL) se recusar a fazer esse gesto. Segundo o general da reserva, a passagem do adereço “é do presidente que sai para o presidente que entra”. A falta da solenidade não é impeditiva para a posse do petista.

Nos bastidores da política, havia o rumor de que o presidente Bolsonaro não aceitaria passar a faixa presidencial para Lula, e por isso, pediria renúncia, fazendo então, Mourão presidente.

“Não adianta dizer que eu vou passar. Eu não sou o presidente. Eu não posso botar aquela faixa, tirar e entregar. Então, se é para dobrar, bonitinho, e entregar para o Lula, qualquer um pode ir ali e entregar”, afirmou, em entrevista.

Para Mourão, caso Bolsonaro aceite entregar a faixa para Lula isso seria um “grande gesto”.

Em seguida, o vice do presidente citou Churchill. “Tem um aforismo dele que diz que, na guerra, você tem de ter determinação, na vitória tem que ser magnânimo e na derrota, tem que ser altivo e desafiador. Acho que seria um gesto de altivez e de desafio: ‘Toma aí, te vira agora aí, meu irmão. Te vejo em 2026’”, concluiu.

Na mesma entrevista, Mourão deixou um recado para desencorajar as manifestações com teor antidemocrático que pedem “intervenção militar” no País. Segundo ele, a direita bolsonarista deve trabalhar politicamente para retornar ao Poder em 2026, além de se eleger para prefeituras em 2024. Ele também opinou que “a política não pode estar dentro do quartel” e que a relação das Forças Armadas com o presidente eleito deve ser tranquila. “O Lula nunca meteu os pés pelas mãos junto às Forças”, disse.

Solenidade

A transmissão da faixa presidencial não passa de uma solenidade, ou seja, o gesto não é imprescindível para que o presidente eleito tome posse. O novo chefe do Executivo passa a ocupar formalmente o cargo após fazer juramento à Constituição no Congresso Nacional.

A próxima primeira-dama, Rosângela “Janja” da Silva, quer organizar uma cerimônia simbólica e fora dos protocolos no próximo 1º de janeiro, e não conta com a presença de Bolsonaro no dia. A ideia da socióloga é que pessoas comuns, sem cargos, entreguem a faixa presidencial para Lula no Parlatório do Planalto.

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