Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 2 de dezembro de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera, na sua primeira viagem internacional dois meses após as cirurgias que foi submetido em setembro, uma comitiva de 14 ministros pelo Golfo Pérsico. As agendas do Planalto são vistas com saldo positivo de investimentos para o Brasil. E uma polêmica diplomática para Lula.
Em seu primeiro compromisso, o petista se reuniu com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman. Eles já haviam se encontrado na cúpula do G20 em Nova Délhi, Índia, em setembro.
A polêmica em si acontece pois Bin Salman presenteou a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro com um conjunto de joias avaliado em R$ 5,6 milhões, desencadeando investigações sobre possível tentativa de introduzi-las no Brasil sem declaração.
Há suspeitas também sobre o envolvimento de Bin Salman no assassinato do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, conhecido por críticas ao príncipe em suas reportagens nos Estados Unidos.
Conforme Lula, o encontro com o príncipe foi positivo, discutindo os “investimentos sauditas no Brasil em diversos setores e o potencial de exportações brasileiras”. Um dos pontos da reunião bilateral foi o possível investimento de US$ 10 bilhões do Fundo Soberano Saudita no Brasil, com US$ 9 bilhões previstos para os próximos sete anos, contemplando projetos em energia limpa, hidrogênio verde, defesa, ciência, tecnologia, agropecuária e infraestrutura ligada ao Novo PAC.
Ambos líderes visam aumentar as transações comerciais de US$ 8 bilhões para US$ 20 bilhões até 2030. A comitiva brasileira esteve presente ainda na Mesa Redonda Brasil-Arábia Saudita, reunindo empresários dos dois países, além de participar do Seminário Embraer, onde foram assinados três memorandos de cooperação.
Os acordos firmados abrangem áreas como aviação civil, defesa, segurança e mobilidade aérea urbana.
Em Doha, capital do Catar, Lula proferiu um discurso no Fórum Econômico Brasil – Catar: Oportunidades e Negócios. Ele expressou o objetivo de transformar o Brasil em um “exportador de sustentabilidade”, ressaltando o potencial nos setores de energia solar, eólica, biocombustíveis e hidrogênio verde.
“O Brasil vai ser em breve um exportador de sustentabilidade. Temos imenso potencial nos setores de energia solar, eólica, biocombustíveis e hidrogênio verde”, defendeu.
Durante o evento, Lula também teve uma conversa com o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al-Thani, sobre um refém brasileiro que está em poder do Hamas na Faixa de Gaza e pode ser libertado em breve. O Catar tem atuado como intermediário entre Israel e o Hamas durante o atual conflito na região.
Na sexta-feira (1º), Lula realizou seu primeiro discurso na abertura da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, em Dubai, nos Emirados Árabes.
Durante sua fala, ele defendeu o redirecionamento dos gastos militares para combater a fome e a mudança climática, e a urgência de uma economia menos dependente de combustíveis fósseis. Lula também pressionou os países industrializados a estabelecerem metas mais ambiciosas no combate às mudanças climáticas.
Além disso, reiterou para que os países ricos cumpram com a promessa de repassar bilhões de dólares para que as nações do Sul Global possam enfrentar as mudanças climáticas, além de passar por transição energética.
“Governantes não podem ser eximidos de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos, além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ajustamos nossas metas que são hoje mais ambiciosas do que a de muitos países desenvolvidos”, completou.
O petista se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, onde tratou do acordo entre Mercosul e União Europeia, tema que têm discutido desde o início do ano, visando a continuidade das negociações até a próxima Cúpula do Mercosul, marcada para esta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro.
No Ar: Bom Dia Caiçara