Domingo, 09 de fevereiro de 2025

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Voltar Veículos russos são vistos dentro de sala de turbinas em usina nuclear ucraniana

Um novo vídeo surgiu na internet mostrando veículos militares russos dentro de uma sala de turbinas conectadas a um reator na usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, onde os intensos bombardeios alimentaram temores de um desastre nuclear. Não está claro, porém, quando foi feita a gravação.

A filmagem mostra uma das seis salas de turbinas localizadas no lado oeste da usina nuclear, no sudeste da cidade de Enerhodar. Cada sala de turbina é conectada e construída em um grande edifício que abriga um reator nuclear.

Os veículos, que aparentam ser caminhões militares russos padrões, estão parados no extremo oeste do prédio no térreo, a pouco mais de 130 metros do reator.

Pelo menos cinco veículos –sendo um deles claramente marcado com o símbolo pró-guerra “Z”– são vistos no vídeo, com pelo menos duas estruturas semelhantes a tendas próximas dali. Há uma série de paletes de madeira variados perto dos veículos.

Não está claro no vídeo se os paletes e as tendas fazem parte das forças armadas russas ou estão relacionadas às operações da usina.

Ataques

Moscou disse anteriormente que o único equipamento militar na usina está relacionado aos serviços de segurança. Na quinta-feira (18), o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que as imagens de satélite “mostram que as armas, especialmente as pesadas, não são colocadas no território desta estação”.

Tanto a Ucrânia quanto a Rússia se acusaram mutuamente de ameaças de terrorismo nuclear, principalmente em torno da usina.

Kiev acusou repetidamente as forças russas de armazenar armamento pesado dentro do complexo e usá-lo como cobertura para lançar ataques, sabendo que a Ucrânia não pode responder ao fogo sem arriscar atingir um dos reatores da usina. Moscou, enquanto isso, alegou que tropas ucranianas estão atacando o local.

Na última semana, o presidente da empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia, Petro Kotin, disse que a Rússia estava armazenando 14 “unidades de equipamento militar pesado” na “primeira unidade de energia” e “seis veículos” na “segunda sala de máquinas”.

Veículos militares russos não são vistos na planta nuclear desde 24 de julho, de acordo com imagens de satélite do complexo fornecidas à CNN pelo Planet Labs.

Não está claro se os caminhões militares russos estão sendo armazenados dentro da sala de turbinas ou se eles estão usando-as como cobertura após um ataque militar ucraniano em 19 de julho. O ataque mirou em equipes militares russas em três tendas a apenas 300 metros de um dos reatores nucleares.

Temores

A usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior da Europa, está sob controle russo desde março.

Os ataques ao complexo, que se intensificaram como as explosões de combate no sul da Ucrânia, despertaram preocupações sobre o espectro de um desastre nuclear, levando o órgão de vigilância nuclear das Nações Unidas e os líderes mundiais a exigir que uma missão seja autorizada a visitar o local e avaliar o dano.

Mas especialistas sobre a questão nuclear estão empenhados em neutralizar alguns dos alertas mais alarmistas, explicando que a principal ameaça está mais próxima da própria usina e não justifica alertas em toda a Europa. Especialistas estão particularmente cautelosos em relação a qualquer comparação com o desastre de Chernobyl em 1986 –o pior acidente nuclear de todos os tempos– uma repetição do que é incrivelmente improvável, disseram eles.

O fogo de artilharia na usina nas últimas semanas danificou uma instalação de armazenamento a seco– onde são mantidos barris de combustível nuclear usado– bem como detectores de monitoramento de radiação, de acordo com a Energoatom, empresa estatal de energia nuclear da Ucrânia.

Em 5 de agosto, várias explosões perto do quadro elétrico causaram um corte de energia e um reator foi desconectado da rede elétrica, de acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em Inglês) da ONU.

O chefe da IAEA, Rafael Mariano Grossi, disse ao Conselho de Segurança da ONU que a situação se deteriorou “ao ponto de ser muito alarmante”.

Na cidade de Lviv, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que a área ao redor da usina seja “desmilitarizada” e disse que um acordo é urgentemente necessário para “restabelecer Zaporizhzhia como infraestrutura puramente civil e garantir a segurança da área.”

“Devemos ser sinceros: qualquer dano potencial a Zaporizhzhia é suicídio”, disse Guterres.

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No Ar: Bom Dia Caiçara