Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 16 de novembro de 2022
Cleo lançou nesta quarta-feira (16), a música com videoclipe Todo mundo que amei já me fez chorar. A produção encerra o projeto que já conta com um livro e uma websérie concentrados em um mesmo tema: relacionamentos tóxicos. O single também integra o primeiro álbum da artista, que será lançado nos próximos meses.
“A história do clipe é a forma como eu sempre me senti, principalmente a partir do que eu vivi com a minha família, nos anos 1990, que foi muito duro, muito dolorido, muito cruel. E eu senti que eu estava sendo julgada e usada para certos fins através da imprensa, da opinião popular”, comenta a artista em entrevista.
No clipe, dirigido por Belle de Mello, Cleo representa uma mulher a caminho de seu julgamento após ter sido acusada de infringir regras morais da sociedade patriarcal por meio de seus posicionamentos públicos. Na produção e na vida real, a artista lidou com os comentários disseminados entre a imprensa e público, sobre as fakes news que envolveram sua mãe, Glória Pires, e um suposto caso entra Cleo e seu padrasto, Orlando Morais. Na época a artista tinha apenas 15 anos.
“Eu escolhi essa história pro clipe por ser um assunto que eu queria tocar faz tempo, mas não me sentia madura pra isso. Esse é o meu lado da história, e como aquilo foi tóxico e doloroso, e mexeu com a minha vida, com a minha narrativa, com as escolhas que eu fiz, e com a forma como as pessoas me viam também”, ressalta.
Quando questionada sobre como se sentia com o processo de desinternalização do sentimento para transformar em arte, a artista conta que se sente privilegiada. “Eu faço terapia desde os 17 anos, e a terapia é uma das ferramentas que proporciona formas de me curar, e a arte também funciona assim pra mim. Ela me salva todas as vezes, eu sinto a necessidade de comunicar, de trocar, de acessar pessoas com as coisas que me atravessam”, explica.
Mesmo dizendo que não é a intenção principal enviar uma mensagem, a artista diz que muitas coisas que assistiu ou ouviu a salvaram de várias situações emocionais e mentais. E acrescenta que espera que seu trabalho também faça isso com outras mulheres.
“Eu só posso esperar que isso seja uma ajuda, uma ferramenta de evolução, de melhoria pra vida de alguém. Mas acho que simplesmente de ser uma mulher no controle da sua narrativa, falando de um assunto tão traumatizante, tão difícil, eu acho que essa já é uma mensagem”, conclui.
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