Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024

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Voltar Uma acirrada disputa por comando impediu o acordo para tirar do papel a federação entre o PP e o União Brasil, que teria a maior bancada da Câmara, com 108 deputados

Uma acirrada disputa por comando impediu o acordo para tirar do papel a federação entre o PP e o União Brasil. Após meses de conversa entre dirigentes dos dois partidos, as negociações fracassaram e não houve casamento. A justificativa oficial foi a de que impasses regionais prejudicaram o acordo. Na prática, porém, o que mais pesou foi a divergência sobre quem presidiria a federação.

Se a aliança fosse formada, haveria no Congresso um super-Centrão, com 108 deputados. No Senado, o grupo reuniria 17 parlamentares. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), queria a composição para controlar a maior bancada da Casa e ter um trunfo ainda mais poderoso no “toma lá dá cá” com o Palácio do Planalto. Fiador dos três ministérios conquistados pelo União Brasil (Comunicações, Turismo e Integração), o senador Davi Alcolumbre (AP) era contra.

Em jantar com deputados e senadores, há uma semana, o presidente do União Brasil, Luciano Bivar (PE), disse que precisava de mais tempo para tentar o acordo. Diretórios dos dois partidos no Paraná, Rio, São Paulo, Pernambuco, Paraíba, Distrito Federal, Maranhão e Minas apresentavam vários obstáculos para a aliança.

O principal entrave se referia ao lançamento de candidatura única às prefeituras, nas eleições de 2024. Pela lei, partidos federados precisam ficar juntos por, no mínimo, quatro anos.

Bivar não abria mão de ser o presidente da federação, mas o grupo do ex-prefeito de Salvador, ACM, Neto não aceitava. A alternativa proposta para o comando era Antonio Rueda, vice-presidente do partido, que tinha o apoio do PP de Lira. Bivar, porém, não concordou.

“No que diz respeito ao Progressistas, encerramos as discussões para formação de federação junto com o União Brasil”, escreveu no Twitter o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). O União Brasil nasceu há um ano e meio da fusão entre o DEM de ACM Neto e o PSL de Bivar, que, em 2018, lançou Jair Bolsonaro ao Planalto. Desde então, convive com disputas internas.

O União Brasil nasceu há um ano e meio da fusão entre o DEM de ACM Neto e o PSL de Bivar, que em 2018 lançou Jair Bolsonaro ao Planalto. Desde então, convive com disputas internas.

Para o deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), o acordo foi prejudicado por “falta de maturidade” política. “As vaidades superaram a lógica e impediram o fortalecimento partidário”, afirmou Forte.

Federações

As federações foram criadas com a reforma eleitoral aprovada em 2021 pelo Congresso Nacional e exigem que as legendas aglutinadas atuem de forma conjunta, em torno de um programa comum, como se fossem uma só sigla, por no mínimo quatro anos. A união vale nos níveis federal, estadual e municipal

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