Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

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Voltar Ucranianos mobilizam Vale do Silício na guerra contra a Rússia

Ucranianos que trabalham em empresas de tecnologia ocidentais estão se unindo para derrubar sites de desinformação, fazer russos se voltarem contra seu governo e acelerar a entrega de suprimentos médicos. Eles estão buscando persuadir empresas como a empresa de segurança na internet Cloudflare, Google, Alphabet, e Amazon a fazer mais para combater a invasão russa na Ucrânia.

O presidente da fabricante de software CloudLinux, Igor Seletskiy, pediu que a Cloudflare abandone sites de notícias russos. A Cloudflare dispensou alguns clientes por causa de sanções e começou a revisar contas sinalizadas no e-mail de Seletskiy, acrescentando que está agindo com cautela porque o corte de laços colocaria em risco a segurança de clientes.

No Google, empregados, incluindo centenas de descendentes de ucranianos, enviaram carta ao presidente-executivo, Sundar Pichai, pedindo que a gigante forneça mais ajuda à Ucrânia e modifique serviços, como mapas e ferramentas de publicidade.

O Google se recusou a comentar. Nos últimos dias, a empresa proibiu a mídia estatal russa de ferramentas de publicidade e aumentou as medidas de segurança para usuários na Ucrânia.

O grupo de ajuda humanitária Nova Ucrânia, com sede no Vale do Silício, pediu para a Amazon doar tempo de trabalho e fornecer suprimentos cruciais em seus aviões de carga e veículos que vão para países vizinhos, como a Polônia.

“Eles têm a escala que ninguém mais tem”, disse Igor Markov, diretor da Nova Ucrânia e cientista de pesquisa tecnológica.

A Amazon se recusou a comentar. A empresa nesta semana disse que doaria até 10 milhões de dólares para organizações que prestam apoio na Ucrânia.

Microsoft

A Microsoft, ao que tudo indica, entrou em definitivo na guerra. Na semana passada, algumas horas antes dos tanques russos começarem a entrar na Ucrânia, alarmes dispararam dentro do Centro de Inteligência de Ameaças da empresa americana.

Eram alertas sobre um malware nunca visto antes que parecia direcionado aos ministérios do governo e instituições financeiras dos Estados Unidos. Conforme noticiou um artigo do New York Times (NYT), a Microsoft acabou se vendo no meio de um conflito que estava ocorrendo a mais de 8,8 mil km de distância.

Rapidamente, o centro de ameaças da empresa, localizado ao norte de Seattle, separou o malware – que chamou de “FoxBlade” – e notificou a principal autoridade de defesa cibernética da Ucrânia. Em três horas, os sistemas de detecção de vírus da Microsoft foram atualizados para bloquear o código, que apaga (limpa) dados em computadores em uma rede.

Em seguida, a Microsoft entrou em contato com a segurança nacional da Casa Branca para tecnologias cibernéticas e emergentes. Anne Neuberger, assessora adjunta de segurança nacional dos EUA, perguntou se a empresa de tecnologia consideraria compartilhar detalhes do código com países bálticos, Polônia e outros países europeus.

O motivo era o medo de que o malware se espalhasse além das fronteiras da Ucrânia, prejudicando a aliança militar ou atingindo bancos da Europa Ocidental. Essa situação tem um significado importante. Após anos de discussões em Washington e nos círculos de tecnologia sobre a necessidade de parcerias público-privadas para combater ataques cibernéticos destrutivos, a guerra na Ucrânia está servindo como um impulsionador.

Apesar de todo o aparato estatal que possuem os Estados Unidos, a infraestrutura não parece ser rápida o suficiente para agir contra ataques cibernéticos que possam ser realizados pela Rússia (ou por outros agentes hackers). Eis então que surge a Microsoft participando de uma “coordenação constante e estreita” com o governo ucraniano, como diz o próprio Brad Smith em um post no blog de sua empresa.

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