Domingo, 07 de dezembro de 2025

Domingo, 07 de dezembro de 2025

Voltar Torcedores que ameaçaram dirigente do Inter são alvos de operação policial em Porto Alegre

A Polícia Civil deflagrou neste domingo (7), em Porto Alegre, a Operação Cartão Vermelho com o objetivo de cumprir cinco ordens judiciais, incluindo três mandados de busca e apreensão, por crimes de ameaça e injúria praticados contra um dirigente do Inter e seus familiares em razão da má campanha do clube no Campeonato Brasileiro.

Durante a ação, foram apreendidas uma arma de fogo e drogas, além de celulares e documentos. Não havia ninguém no local onde ocorreu a apreensão.

Foram determinadas medidas cautelares diversas da prisão aos dois investigados, dentre as quais a proibição de participar de qualquer partida de futebol do Inter dentro ou fora do Rio Grande do Sul, pelo período de seis meses.

O descumprimento dessas medidas resultará na imediata decretação da prisão preventiva de ambos. Na operação deste domingo, ninguém foi preso. A polícia não divulgou o nome do dirigente ameaçado.

“As investigações revelaram um padrão preocupante de assédio e intimidação direcionado a um dirigente do clube Colorado e sua família, com episódios que se intensificaram após partidas recentes do Internacional. O primeiro ataque ocorreu no dia 28 de novembro de 2025, logo após o término da partida entre Internacional e Vasco da Gama, disputada no Rio de Janeiro. A vítima começou a receber mensagens ameaçadoras em seu telefone pessoal. As mensagens chegaram via aplicativo e continham não apenas xingamentos, mas ameaças diretas de violência física. A vítima, preocupada com a segurança pessoal e familiar, bloqueou imediatamente o número”, informou a Polícia Civil.

“No segundo ataque, ocorrido no dia 3 de dezembro de 2025, novamente após uma partida do Internacional, desta vez contra o São Paulo, o criminoso voltou a agir, mas mudou de tática: passou a atacar através do perfil da esposa da vítima em rede social. As mensagens enviadas reiteravam as ameaças anteriores e, de forma ainda mais grave, estendiam explicitamente as intimidações aos familiares do dirigente. O tom das mensagens demonstrava que o autor estava acompanhando a rotina da família e sabia detalhes sobre seus entes, elevando o nível de preocupação quanto à segurança”, prosseguiu a corporação.

“A análise dos episódios permitiu à Dicesp [Delegacia de Polícia de Investigação Cibernéticas Especiais] identificar que os ataques ocorriam sistematicamente após jogos do Internacional, sugerindo que o criminoso responsabilizava a direção do clube pelos resultados das partidas. O uso de múltiplas plataformas digitais e a persistência das ameaças, mesmo após bloqueios, demonstram a determinação e o planejamento por trás das ações. Além disso, as investigações revelaram que o dirigente vem recebendo diversas outras ameaças de diferentes integrantes da torcida organizada, muitas delas também direcionadas ao seu telefone pessoal, número que acabou sendo divulgado indevidamente”, explicou a polícia.

Diante da gravidade dos fatos, a Dicesp identificou duas pessoas envolvidas nas práticas criminosas. O primeiro suspeito é um indivíduo com vasta ficha de antecedentes policiais, demonstrando histórico de comportamento violento e desrespeito à lei. Seus registros incluem passagens por ameaça, dano, lesão corporal e posse de entorpecentes. Ele foi solto há pouco do sistema prisional.

O segundo suspeito possui registros policiais por lesão corporal no âmbito de violência doméstica e inúmeras ameaças, evidenciando padrão de comportamento agressivo.

As ameaças se intensificaram com a aproximação do jogo decisivo deste domingo entre Inter Bragantino, no Beira-Rio.

Coordenadora da operação, a delegada Isadora Galian, titular da Dicesp, destacou que a Polícia Civil permanece vigilante no combate a crimes cibernéticos e não tolerará práticas de intimidação, assédio ou violência em meios digitais. “A paixão pelo futebol não pode servir de justificativa para práticas criminosas. Ameaçar, intimidar e ofender são crimes graves, com penas previstas no Código Penal. Quando essas condutas são praticadas por meio de redes sociais, a pena é ainda mais severa”, disse a delegada.

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