Sábado, 01 de novembro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 31 de outubro de 2025
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou nesta sexta-feira (31) estar confiante pelo fim do tarifaço imposto ao Brasil, pelos Estados Unidos, há três meses.
A declaração ocorre após os encontros e conversas recentes entre os presidentes americano e brasileiro, realizados de forma remota e presencial, sendo a última delas em uma reunião na Malásia.
“Olha, acho que foi dado um passo muito importante no encontro, aliás, dois encontros do presidente Lula com o presidente Trump, o primeiro em Nova Iorque, na ONU, e depois agora na Malásia. Então, foi dado um passo muito importante e agora vamos aguardar os desdobramentos. Não tem ainda uma data marcada, mas nós estamos muito otimistas que a gente vai poder avançar”, afirmou Alckmin, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, acrescentando:
“Será um ganha, ganha. Quer dizer, bom para os Estados Unidos, bom para o Brasil e bom para o mundo. Você ter mais comércio, você ter mais parcerias, investimentos recíprocos”.
O vice-presidente esteve nesta sexta-feira em dois eventos no ABC paulista. O primeiro foi na fábrica da Volkswagen, em São Bernardo do Campo, ocasião em que a empresa anunciou seu plano para a produção de veículos híbridos.
No segundo, na vizinha São Caetano do Sul, Alckmin esteve ao lado do ministro Márcio França, do Empreendedorismo, em um encontro com estudantes e empreendedores.
“Então, em São Bernardo foi a Volkswagen. E aqui em São Caetano foi a lançamento do novo núcleo do Programa de Qualificação para Exportação. É emprego na veia, é escala, é competitividade, é desenvolvimento”, disse o vice-presidente.
Alckmin também repetiu que o Brasil não é problema para os EUA. “Do G-20, das 20 maiores economias do mundo, só com três os Estados Unidos têm superávit na balança comercial: Reino Unido, Austrália e Brasil”, destacou.
Ele reforçou que, enquanto não se resolve a questão, o governo fez um conjunto de medidas para ajudar as empresas a preservar o emprego. E citou como exemplos os R$ 40 bilhões de créditos com juros de 6% a 9,5% a postergação de pagamento de tributos até dezembro, a prorrogação do regime de drawback e a criação do Reintegra a empresas que perderam exportação para os Estados Unidos.
O governo Lula avaliou positivamente a aprovação desta semana, pelo Senado dos Estados Unidos, de uma medida para anular o tarifaço de 50% do governo americano sobre o Brasil. Ainda assim — e considerando que a deliberação não se traduz na suspensão imediata das tarifas —, interlocutores do governo brasileiro avaliam que o foco deve permanecer nas negociações entre os governos.
A decisão, porém, não foi vista com uma boia de salvação para o País, e o governo pretende insistir na abertura iniciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em encontro recente com o presidente Donald Trump, na Malásia, que teria desfeito a cortina de fumaça inicial, motivada por questões político-ideológicas.
Trump vinculou as tarifas sobre o Brasil às políticas do País e ao processo criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os EUA registraram um superávit comercial de US$ 6,8 bilhões com o Brasil no ano passado, segundo dados oficiais do governo americano.
O entendimento interno no Brasil é que o pragmatismo fala mais alto. Além disso, a decisão segue para a Câmara, onde não deverá prosperar, pois, além da maioria republicana, os deputados americanos decidiram impedir toda legislação que conteste as tarifas até março de 2026 — ano em que haverá eleições legislativas nos EUA.