Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

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Voltar Terapia com laser pode melhorar problemas de memória de curto prazo

Uma forma de terapia com laser chamada fotobiomodulação transcraniana (tPBM) é eficaz em melhorar a memória de curto prazo, concluiu um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e da Universidade Normal de Pequim, na China. O trabalho, publicado na revista científica Science Advances, mostrou que a técnica aumentou em 25% o desempenho nos testes.

A tPBM é um método não invasivo e seguro que estimula determinadas áreas do cérebro a partir de um laser de luz. No estudo, a técnica foi aplicada no córtex pré-frontal direito. A região é importante para a chamada memória de trabalho, ligada ao armazenamento temporário de informações, como durante um jogo de memória ou tarefas rápidas do dia a dia.

Estudos anteriores já haviam demonstrado a capacidade da tPBM de melhorar essa memória em camundongos, e de acelerar a velocidade de reação, a atenção e outras funções cognitivas a curto prazo em humanos. Porém, esse foi o primeiro trabalho a confirmar um benefício ligado ao ato de recordar algo.

“Pessoas com condições como TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) ou outras relacionadas à atenção podem se beneficiar desse tipo de tratamento, que é seguro, simples e não invasivo, sem efeitos colaterais”, avalia Dongwei Li, pesquisador do Centro de Saúde do Cérebro Humano da Universidade de Birmingham, mco-autor do artigo, em comunicado.

No experimento, 90 participantes entre 18 e 25 anos foram divididos em grupo. Um recebeu o tratamento com ondas de luz de 1,064 nm no córtex pré-frontal direito, outro com comprimentos de onda menores e outro com a técnica no córtex pré-frontal esquerdo. Todos eles também passaram por sessões com um laser inativo, como uma forma de placebo para comparar os efeitos.

Após cerca de 12 minutos de intervenção, os participantes passavam por testes em que precisavam decorar orientações ou cores de itens dispostos em uma tela. Ao fim, aqueles que passaram pelo tratamento com a tPBM com ondas de luz de 1,064 nm no córtex pré-frontal direito mostraram melhorias de até 25% na performance dos desafios quando comparados aos demais voluntários do estudo.

Os cientistas conduziram ainda eletroencefalogramas durante o experimento que indicaram mudanças na atividade cerebral associadas ao melhor desempenho da memória de curto prazo. Agora, eles planejam novas pesquisas para compreender em detalhes a fundo de que maneira o estímulo provocado pelo laser consegue promover esse benefício.

“Precisamos de mais pesquisas para entender exatamente por que a tPBM está tendo esse efeito positivo, mas é possível que a luz esteja estimulando os astrócitos nas células nervosas do córtex pré-frontal, e isso tem um efeito positivo na eficiência das células. Também vamos investigar por quanto tempo os efeitos podem durar. Claramente, se esses experimentos forem levar a uma intervenção clínica, precisaremos ver benefícios duradouros”, explica o professor Ole Jensen, também do Centro para Saúde do Cérebro Humano.

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