Terça-feira, 10 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 17 de maio de 2023
A OMM (Organização Mundial Meteorológica ) afirmou nesta quarta-feira (17) que as temperaturas globais devem bater taxas recordes nos próximos cinco anos por causa dos gases que causam o efeito estufa e do fenômeno El Niño.
Segundo um novo relatório divulgado pela agência da ONU, há uma probabilidade de 66% de a média anual de aquecimento ultrapassar 1,5°C nesse período.
Além disso, pelo menos um entre os próximos cinco anos será o mais quente desde o início dos registros. O relatório da OMM é baseado em cálculos de 11 diferentes centros de ciência do clima em todo o mundo.
“Provavelmente, não será este ano. Talvez, seja no próximo ano ou no ano seguinte que teremos um ano com uma média de 1,5°C”, disse o principal autor do relatório, Leon Hermanson, cientista climático do Met Office do Reino Unido.
1,5ºC é o chamado “limite seguro” das mudanças climáticas. A taxa é medida em referência aos níveis pré-industriais. Em 2022, a temperatura global ficou 1,15°C acima da média de 1850-1900.
Segundo o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, as conclusões do relatório não significam que a humanidade estará permanentemente excedendo a marca de 1.5°C, mas servem como um alerta de que esse limite será rompido com maior frequência no futuro.
O fator El Niño
O relatório também aponta que o El Niño, que deve evoluir nos próximos meses, terá uma influência grande em todo esse processo e levará as temperaturas globais para “patamares desconhecidos”.
O El Niño é causado por uma desaceleração dos ventos alísios, que sopram na direção oeste perto do Equador. Na falta de algo que transporte o calor na direção do Índico, as águas do Pacífico ficam cozinhando ao sol, sem se moverem muito, e acabam mais quentes.
E isso ocorre depois de três anos que o planeta esteve sob influência do La Niña, que causa o efeito inverso, contribuindo para o resfriamento das temperaturas. O ano mais quente já registrado no mundo até agora foi 2016.
Segundo a ONU, o El Niño geralmente leva a uma alta das temperaturas globais no ano seguinte à sua formação. Ou seja, nesse caso, 2024. Com tudo isso em jogo, temos uma chance de 98% de quebrar o recorde anual de temperatura global de 2016 até 2027, afirma o relatório.
Os padrões de precipitação previstos para maio a setembro de 2023 a 2027, se comparados a 1991-2020, sugerem um aumento de chuvas no Sahel, no Norte da Europa, no Alasca e no Norte da Sibéria, e uma redução da estação de chuvas para a Amazônia e partes da Austrália.
O El Niño “se combinará com as mudanças climáticas induzidas pelo homem para empurrar as temperaturas globais para um território desconhecido”, disse o secretário-geral da OMM.
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