Segunda-feira, 14 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 11 de janeiro de 2024
O caso do “esloveno” executado a tiros na frente da esposa e do filho, em Santos, no litoral de São Paulo, teve uma descoberta surpreendente pela Polícia Civil. A investigação aponta que o homem, na verdade, era sérvio e procurado pela Interpol, a polícia internacional, suspeito de ser matador de aluguel.
O nome verdadeiro dele era Darko Geisler, mas no Brasil assumiu a identidade de Dejan Kovan. A polícia, junto às autoridades sérvias e eslovenas, apurou que Geisler era integrante de uma organização criminosa que atua na Sérvia.
O nome de Darko constava na lista de procurados da Interpol, que tinha um mandado de busca internacional contra ele. O sérvio é suspeito de cometer homicídios, além de portar armas e explosivos em Montenegro, país do sudeste da Europa.
A Polícia Civil investiga se ele foi executado como consequência dos múltiplos homicídios que realizou no Leste Europeu. Ele usava o nome falso, de um esloveno, e vivia clandestinamente no Brasil pelos últimos 9 anos. A Polícia Civil tenta encontrar o responsável por executar o estrangeiro.
Em entrevista coletiva, o delegado Luiz Ricardo Lara Dias Júnior, titular do 3° Distrito Policial (DP) de Santos, acompanhado do delegado seccional de Santos, Rubens Eduardo Barazal Teixeira, relatou que a Polícia Civil se dedicou, primeiramente, a identificação da vítima. Agora, em um segundo momento, fará a busca de imagens para descobrir quem matou o estrangeiro.
Relembre o crime
O homem foi morto a tiros na última sexta-feira (5) enquanto carregava o filho de 4 anos na cadeirinha de uma bicicleta, em frente ao prédio onde vivia com a esposa e a criança, no bairro Embaré.
A ação foi registrada por câmeras de segurança. Nas imagens, é possível ver que Darko e o filho caem no chão enquanto o suspeito foge após efetuar os disparos.
Em depoimento à polícia, a esposa de Darko disse não ter conhecimento sobre o passado do marido. Segundo a Polícia Civil, o casal se conheceu entre 2015 e 2016, em São Paulo. Eles vieram morar na Baixada Santista em 2017.
Darko não tinha documentos brasileiros, tampouco uma fonte de renda ativa. Ele vivia de rendimentos enviados pela família mensalmente, de um comércio que teria no leste europeu.
Um fato que chamou atenção da polícia é que o filho do casal, prestes a completar 4 anos de idade, é registrado somente com o sobrenome da mãe.
Identidade falsa
Darko estava em posse de um passaporte de nacionalidade eslovena, levando a polícia a acreditar que ele havia nascido no país. No curso das investigações, segundo apurado junto ao consulado da Eslovênia, ficou comprovado que o documento não era dele. A numeração mostrou que o passaporte pertencia a um cidadão esloveno e que havia sido extraviado em 2017.
Com uma busca reversa na internet, usando a foto que detinha do suspeito, a Polícia Civil identificou registros em Montenegro (país que faz fronteira com a Sérvia) envolvendo a prática de homicídios múltiplos, porte de arma e de explosivos ligados a ele.
As autoridades de Montenegro remeteram à polícia brasileira uma impressão digital do investigado, que seria um matador de aluguel. Ela coincide com a do morto no bairro Embaré. Com isso, a Polícia Civil entendeu que se tratava do sérvio Darko Geisler.
“Nós podemos afirmar, com absoluta certeza, pautada numa prova técnica pericial, que esse múltiplo homicida investigado em Montenegro se trata da vítima de homicídio ocorrido aqui na cidade de Santos, na rua São José, no dia 5”, informou Lara.
O último crime cometido por Darko, de que se tem notícia, foi a execução de um homem na porta de uma prisão de Montenegro em 25 de dezembro de 2014. Depois disso, ele fugiu para a Bósnia e, no país, “virou um fantasma”, segundo o delegado. A polícia acredita que o homem tenha vivido clandestinamente no Brasil pelos últimos 9 anos. Ainda não há informações se ele cometeu crimes também no Brasil, mas a polícia não descarta essa possibilidade.
No Ar: Clube do Ouvinte