Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Voltar Senador Do Val anuncia ida para o PSDB, mas o governador gaúcho Eduardo Leite barra a filiação do bolsonarista

O senador Marcos do Val anunciou sua ida para o PSDB e chegou até a compartilhar uma foto ao lado do também senador Izalci Lucas (PSDB-DF), presidente do diretório tucano no Distrito Federal (DF), para celebrar a mudança. A movimentação, no entanto, desagradou o governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, que comandava a executiva nacional do PSDB e pediu para a direção nacional do partido vetar a ida de Do Val. Após a reação da legenda, Do Val voltou atrás e decidiu permanecer em seu atual partido, o Podemos.

O projeto de Do Val era, com a mudança, criar o que chamou de “maior bloco de oposição ao governo do Lula”. O site oficial do Senado chegou, inclusive, a alterar em na página do perfil do político sua filiação política, informado a ida para o PSDB.

De acordo com informações do jornal O Globo, a iniciativa de vetar Marcos do Val no partido tucano partiu do próprio Eduardo Leite, que teve aval da executiva do PSDB para divulgar a posição.

Polêmicas

Marcos do Val foi alvo, em junho, de mandados de busca e apreensão em ação da Polícia Federal no âmbito do inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a suposta articulação de um golpe, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira. O parlamentar trocou de versão ao menos seis vezes sobre o episódio. Uma das suspeitas é que ele teria cometido obstrução de Justiça.

“Não foi por corrupção, não foi por lavagem de dinheiro, não foi por crime organizado, não foi por fake news. Foi por denunciar uma possível organização da queda da democracia. E eu fui defender a democracia. Alguns me perguntam: ‘Você se arrependeu?’ Não. Farei milhões de vezes, se for necessário, para defender a nossa democracia”, falou ele à época.

A conspiração consistiria em tentar gravar de maneira escondida o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para induzi-lo a falar algo que pudesse gerar alguma nulidade no processo eleitoral de 2022.

Bolsonaro, que chegou a depor sobre o caso, admitiu ter recebido Marcos do Val e Daniel Silveira no Palácio da Alvorada, mas negou ter tramado com ele uma tentativa de golpe envolvendo Moraes. Segundo o ex-presidente, o encontro ocorrido em dezembro do ano passado teria durado cerca de 20 minutos. Ele disse também que, como chefe do executivo federal, recebia “a todos que solicitassem uma audiência”.

Também à PF, Bolsonaro destacou que aquele era a primeira e única reunião presencial realizada com Do Val, com quem não mantinha intimidade. Aos jornalistas, apesar de uma mensagem no celular do senador mostrar que após o encontro ele enviou a Do Val uma lista de aliados que estariam respondendo a ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente disse que o texto fazia parte de uma lista de transmissão do aplicativo WhatsApp.

O ex-presidente disse também não foi levantada possibilidade de participação de militares nem de integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) durante o encontro. Sobre Moraes, disse não ter tido qualquer articulação ou debate de estratégia para gravar o ministro, não tendo sequer citado seu nome durante o encontro.

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No Ar: Caiçara Confidencial