Segunda-feira, 02 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 6 de dezembro de 2022
A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal reforçou a segurança no entorno do hotel onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado, na região central de Brasília. O protocolo de segurança foi revisado e grades de isolamento foram instaladas na entrada do hotel. Nesta semana, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro que contestam o resultado das eleições fizeram uma manifestação na entrada do local.
O secretário Julio Danilo, da Secretaria de Segurança Pública do DF, confirmou o isolamento da área a pedido da segurança do presidente Lula. Durante a manifestação desta segunda, a Polícia Militar chegou a ser acionada para reforçar a segurança no local, feita pela Polícia Federal.
“Houve um incremento na segurança aproximada e um isolamento da área a pedido da Segurança do Presidente Lula. Ontem (segunda) houve uma manifestação em frente ao hotel onde ele está hospedado e para garantir que não haja nenhum contratempo, foram adotadas essas providências”, afirmou.
Nesta terça-feira, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição, também havia PMs no entorno do local. A previsão era de que Lula concentrasse suas agendas no hotel, sem previsão de ida até o CCBB. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin, no entanto, terá reuniões no local, assim como outros membros do gabinete de transição.
Em nota, a SSP-DF afirmou que realiza o monitoramento da área central e o policiamento nas imediações do hotel e do CCBB em conjunto com órgãos locais e federais e que monitorou as manifestações.
Policias de fora
Integrantes das polícias estaduais estão fora do gabinete de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. A equipe responsável pela área tem o predomínio de juristas do staff do petista e de profissionais ligados ao processo penal, estratégia que causa incômodo em um segmento que se fortaleceu no governo Jair Bolsonaro.
Coordenador do grupo de Justiça e segurança pública, o senador eleito Flávio Dino (PSBMA), nome mais cotado para o Ministério da Justiça, deu a relatoria de temas como desarmamento, crime organizado e Fundo Nacional de Segurança Pública a colegas do Direito.
Na lista estão Cristiano Zanin, advogado do presidente eleito; Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas; Paulo Teixeira, deputado federal (PT-SP); Pierpaolo Bottini, ex-secretário da Reforma do Judiciário; e Wadih Damous (PT-RJ), ex-deputado e ex-presidente da OAB-RJ.
O único policial escalado é o delegado da Polícia Federal Andrei Augusto Passos Rodrigues, que chefiou a segurança de Lula na campanha. Além de provável diretor-geral da PF, ele deve influenciar as definições na Polícia Rodoviária Federal (PRF), na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e em secretarias.
Outro conflito em curso está materializado na disputa pela separação ou não do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. Dino tem dito que a decisão caberá a Lula, mas trabalha para que a pasta permaneça unificada. Ao definir os relatores do grupo na transição, Dino acabou afastando correntes favoráveis à divisão do ministério, que é uma demanda das polícias estaduais.
O alijamento de representantes das forças estaduais provoca queixas na corporação. “As polícias estaduais não podem ser vistas como meras executoras de ideias construídas por pessoas que não conhecem a realidade da violência nos Estados e municípios”, disse o coronel Euller Chaves, ex-presidente do Conselho Nacional de Comandantes-gerais da PM. “Deixar as polícias de fora do debate sobre segurança pública é amador e nada republicano.”
Militares estaduais reclamam de não serem vistos como parte da solução, mas “do problema”. Eles também entendem como erro o fato de Lula ter perdido a oportunidade de reconhecer o trabalho em defesa da subordinação dos policiais aos governadores. Em dada altura da campanha, houve receio de ruptura constitucional a partir das polícias, mas comandantes e instituições de controle dissiparam a tensão.
No Ar: Show da Tarde