Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 2 de março de 2022
As forças da Rússia intensificaram os ataques na Ucrânia, no sétimo dia do conflito. As tropas russas seguem a ofensiva para cercar e dominar as principais cidades no Sul e Leste da Ucrânia, e conseguiram avanços importantes nas últimas 24 horas, cercando Kharkiv, a segunda maior cidade do país, e controlando Kherson, um ponto estratégico no Mar Negro, a maior cidade que capturaram até agora. Conversas para um cessar-fogo estão marcadas para esta quinta-feira (3).
Em um post on-line, o assessor do Ministério do Interior Anton Herashchenko disse que uma forte explosão ocorreu perto da estação ferroviária central de Kiev, que estava lotada na hora. Posteriormente, o próprio governo informou que a explosão foi causada pelos destroços de um míssil russo derrubado por sua defesa antiárea. Não há notícias de vítimas.
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou na quarta-feira que suas tropas tomaram o controle de Kherson, no Sul da Ucrânia, ao norte da Península da Crimeia, a região anexada pela Rússia em 2014. O prefeito da cidade, Igor Kolykhaev, disse que as forças ucranianas recuaram para cidade próxima de Mykolaiv.
“Não há mais Exército aqui”, disse ele ao New York Times. “A cidade está cercada.”
Kherson, de 290 mil habitantes, é a maior cidade ucraniana a cair para a Rússia desde que o presidente Vladimir Putin lançou sua invasão em 24 de fevereiro. Já no primeiro dia, as forças russas conseguiram entrar na cidade, mas foram posteriormente retiradas.
Segundo a prefeitura, as condições dentro da cidade são terríveis, com comida e remédios acabando e “muitos civis feridos”, escreveu Gennady Laguta, chefe do escritório regional de segurança, no aplicativo Telegram.
A conquista é uma etapa importante na missão russa de avançar para o interior e oeste ao longo da costa até a cidade portuária de Odessa. Kherson é um importante porto do Mar Negro, sendo conhecida também pelo seu centro industrial.
A ação também significaria controlar uma importante fonte de água. A Ucrânia represou o canal ao norte da Crimeia depois que a Rússia tomou a península, de modo que a maior parte do abastecimento de água doce na Crimeia foi cortada, causando escassez de água na região anexada. Um dos primeiros alvos da invasão militar da Rússia foi o desbloqueio da hidrovia.
Kharkiv
Em Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana, próxima da fronteira russa sob ataque desde o primeiro dia, os bombardeios pesados da Rússia continuam e o prefeito disse que o município de 1,4 milhão de habitantes está “parcialmente cercado”. Nesta manhã, um míssil atingiu edifícios que pertencem à polícia, ao Serviço de Segurança da Ucrânia e à Universidade Nacional de Karazin. Pelo menos quatro pessoas teriam sido mortas no ataque, e os suprimentos de comida e água estão perto de acabar.
Conforme a BBC, o prefeito Igor Terekhov disse que Kharkiv está “parcialmente cercada” pelo Exército russo, mas que os militares ucranianos estão atualmente evitando que tomem o controle da cidade “heroicamente”.
Na terça, o prédio do governo regional já havia sido atingido por um míssil, deixando pelo menos dez mortos e 35 feridos de acordo com o assessor do Ministério do Interior, Anton Herashchenko.
Em Kiev, imagens de satélite registraram, na noite de segunda-feira, um comboio de veículos militares russo indo em direção à cidade. Segundo a empresa Maxar, responsável pela imagem, podem ser vistos tanques, peças de artilharia, veículos de transporte e outros equipamentos de logística. Após relatos de que o comboio tinha até 64 km, a Maxar informou que este número deve ser superestimado, e que o comboio não é contínuo.
Na terça, o governo russo atacou a principal torre de rádio e TV da capital, interrompendo todas as transmissões.
À noite, tropas russas cercaram Mariupol, uma cidade portuária no Sudeste. Mais de 120 civis estavam sendo tratados por ferimentos em hospitais, disse o prefeito. O vice-prefeito da cidade, Sergiy Orlov, descreveu uma situação dramática à BBC, dizendo que áreas residenciais foram fortemente bombardeadas:
“A situação é terrível, estamos perto de uma catástrofe humanitária. Estamos sob mais de 15 horas de bombardeio contínuo sem pausa”, afirmou. “Um bairro da cidade está quase totalmente destruído. Não podemos contar o número de vítimas lá, mas acreditamos que pelo menos centenas de pessoas estão mortas. Não podemos entrar para recuperar os corpos. Meu pai mora lá, não consigo alcançá-lo, não sei se ele está vivo ou morto.”
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