Sábado, 14 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 4 de maio de 2023
A Rússia afirmou, nesta quarta-feira (04) que a Ucrânia lançou um ataque com drones no Kremlin, a residência do presidente Vladimir Putin e sede do governo em Moscou, durante a noite. Dois drones teriam sido abatidos com 15 minutos de diferença pelos serviços de segurança do Estado, e Putin saiu ileso, de acordo com as autoridades russas. Putin não estava no local no momento do incidente, de acordo com o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov. O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, negou qualquer envolvimento com o ataque.
Em um comunicado, a Presidência russa disse que “considera essas ações como um ataque terrorista planejado e um atentado contra o presidente” e se reserva o direito de retaliar. Segundo o comunicado do Kremlin, não houve vítimas no incidente. “Ações oportunas tomadas pelos militares e serviços especiais desativaram os drones, fazendo com que alguns detritos se espalhassem no terreno do Kremlin” , afirma a nota.
Sem vitórias
Zelensky fez, nesta quarta-feira, uma rara visita-surpresa a outro país, a Finlândia, o mais novo integrante da Otan. Após reunião com o presidente finlandês, Sauli Niinistö, Zelensky disse em entrevista coletiva que a acusação russa à Ucrânia deve-se ao fato de que o Kremlin “não tem vitórias a relatar” e por isso Putin tem de encontrar outras formas de manter o moral alto em seu país.
“Por causa disso, ele tem de realizar algumas medidas inesperadas, como ataques-surpresa de drones”, disse o presidente ucraniano, que também afirmou que a Ucrânia luta em seu território e não tem armas suficientes para se envolver em ações deste tipo. “Não atacamos Putin ou Moscou.”
Estados Unidos
Em Washington, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, por sua vez, afirmou que não pode “de nenhum modo, validar” as informações fornecidas pelo Kremlin sobre o ataque:
“Simplesmente não sabemos”, disse Blinken.
O secretário americano disse, ainda, que informações do Kremlin precisam ser tratadas com cautela e lembrou que a Ucrânia está sob ataque russo e que cabe ao governo ucraniano definir como se defender da agressão. De acordo com o jornal New York Times, fontes do governo americano confirmaram que os Estados Unidos não tinham nenhuma informação prévia sobre a possibilidade do ataque e não conseguiram ainda confirmar o incidente.
Um vídeo compartilhado nas redes sociais pela Nexta TV, grupo de mídia da Bielorrússia que se define como “a maior mídia do Leste Europeu”, mostra o que seria o momento em que um drone é abatido sobre o Kremlin.
A agência de notícias Reuters relatou reações dentro da Rússia defendendo a escalada do conflito. Segundo a agência, o presidente da Câmara Baixa do Parlamento, Vyacheslav Volodin, defendeu o uso de “armas capazes de parar e destruir o regime terrorista de Kiev”. A chefe da rede de TV estatal RT, Margarita Simonyan, perguntou, em mensagem no Telegram, se “agora as coisas vão começar de verdade?”
Ex-presidente russo
Também no Telegram, Dmitri Medvedev, ex-presidente do país e atualmente vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, colaborou para aumentar temores de analistas internacionais sobre os riscos de Moscou usar o incidente para executar uma escalada na violência do conflito. Medvedev defendeu que o suposto ataque ao Kremlin “não deixa nenhuma opção além de liquidar fisicamente Zelensky”.
Autoridades locais e regionais na Rússia relataram uma série de ataques com drones nos últimos meses. Alguns pousaram perto da fronteira da Ucrânia com a Rússia, mas pelo menos um atingiu um armazém de combustível no porto de Sebastopol, na Crimeia.
Logo após o anúncio do ataque em Moscou, sirenes antiaéreas soaram em Kiev e outras cidades ucranianas. Na região de Kherson, pelo menos 16 pessoas morreram, nesta quarta-feira, em bombardeios russos. O ministério público local também informou que 22 pessoas ficaram feridas.
No Ar: Embalos & Loterias