Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 16 de julho de 2022
Ao longo de seis décadas de estrada, Mick Jagger, Keith Richards, Charles Watts e o guitarrista Ron Wood, que ingressou na banda em 1975, fizeram 12 shows no país: cinco em 1995, dois em 1998, um em 2006 e quatro em 2016. No set list do maior deles, em 2006, duas músicas compostas, total ou parcialmente, em território brasileiro: o ‘samba’ Sympathy for the Devil, depois de Jagger participar da procissão do Senhor do Bonfim, em Salvador (BA), e o country Honk Tonk Women, na fazenda do banqueiro Walther Moreira Salles (1912-2001), em Matão (SP).
O primeiro show dos Rolling Stones no Brasil aconteceu no Estádio do Pacaembu, em São Paulo, na noite chuvosa de 27 de janeiro de 1995. Foi o primeiro de três shows em São Paulo e dois no Rio, no Maracanã. O maior perrengue enfrentado pelo empresário Paulo Rosa, então diretor artístico do Hollywood Rock e um dos sócios da Promoter, produtora responsável por trazer a Voodoo Lounge Tour ao país, foi a interdição do Morumbi a menos de duas semanas para o primeiro show.
Em tempo recorde, Rosa negociou com a banda a transferência da apresentação para o Pacaembu. “No Maracanã, Keith perguntou de que lado do campo o Pelé marcou seu milésimo gol. Quando soube que tinha sido do lado em que o palco foi montado, ficou emocionado”, recorda o presidente da Pró-Música Brasil.
Voodoo Lounge
O palco da turnê Voodoo Lounge tinha 72 metros de largura, 26 de profundidade e 32 de altura (o equivalente a um prédio de 11 andares). Para montá-lo, foram necessários 150 técnicos estrangeiros e 200 operários brasileiros, que se revezaram ao longo de cinco dias. No palco, Jagger contou sempre com dois aparelhos de teleprompters. Num deles, lia frases como “Boa noite, São Paulo, tudo bem? Bem-vindo a Voodoo Lounge!”. No outro, as letras das canções.
Na parte de trás do palco, espaço conhecido como ‘backstage’, foram montadas 30 salas — só a de ginástica, usada exclusivamente por Mick Jagger, tinha 30 metros de comprimento por 3 de largura. Eram 11 camarins, todos com ar-condicionado, geladeira e aparelhos de som e TV. Entre outras exigências, os Stones pediram uma mesa de sinuca, outra de pingue-pongue e cinco modelos de videogame de última geração. Para beber, de suco de maçã a vinho francês, passando por vodca, cerveja e tequila.
Rio-Bahia
Os Stones vieram ao Brasil várias vezes. A primeira delas foi em 1968. No dia 6 de janeiro, Jagger e a namorada, Marianne Faithfull, desembarcaram no Rio e depois seguiram para a Bahia. Em Salvador, participaram da procissão e da lavagem da escadaria da Igreja do Nosso Senhor do Bonfim. Foi ali que, ao ouvir o batuque dos instrumentos de percussão, Jagger teve a inspiração para compor “um samba com ritmo forte e marcado” chamado The Devil is My Name, rebatizada depois de “Sympathy for the Devil” e incluída no álbum Beggars Banquet (1968).
Em 1968, Jagger desembarcou novamente no Brasil, agora acompanhado do guitarrista Keith Richards. Na propriedade do banqueiro Walther Moreira Salles, compuseram Honky Tonk Women, outro clássico da banda.
Meninos do Rio
Dos sete integrantes dos Stones, apenas Brian Jones e Bill Wyman, que se desligou do grupo em 1993 e foi substituído por Darryl Jones, nunca vieram ao Brasil. Jagger, em compensação, já visitou o país, pelo menos, oito vezes. A terceira delas em 1975. Ele e a mulher, Bianca Jagger, aterrissaram no Galeão, na manhã de 22 de dezembro. O casal alugou a casa da atriz Florinda Bolkan, na Joatinga.
Depois de Mick Jagger, o Stone que, por conta própria, mais vezes carimbou seu passaporte rumo ao Brasil foi Ronnie Wood: em 16 de fevereiro de 1996, ele e a mulher, Josephine, assistiram aos desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, no Sambódromo — Josephine, inclusive, chegou a desfilar pela Estação Primeira da Mangueira.
Outros Stones também vieram ao Brasil. O guitarrista Mick Taylor, que entrou no lugar de Brian Jones e tocou na banda entre 1969 e 1974, esteve no Rio em janeiro de 1974.
Já Charlie Watts esteve por aqui, sem os Stones, por duas vezes. A primeira, entre 11 e 20 de julho de 1976, a passeio — e a segunda, entre 2 e 11 de maio de 1992, a trabalho.
Shows na Apoteose
Os Rolling Stones voltaram a tocar no Brasil em 1998. Em Angra dos Reis, Wood levou um susto daqueles: a lancha onde estava pegou fogo e ele, sua família e mais alguns amigos precisaram abandonar a embarcação.
A quarta — e mais recente — passagem dos Rolling Stones pelo Brasil aconteceu em 2016. A banda fez quatro shows em três capitais: Rio de Janeiro (RJ); São Paulo (SP); eem Porto Alegre (RS).
No Ar: Bom Dia Caiçara