Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 4 de março de 2022
O economista e empresário Eduardo Fauzi, suspeito de integrar o grupo que jogou coquetéis molotov na fachada da produtora Porta dos Fundos, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, iniciou sua viagem de extradição da Rússia – em guerra com a Ucrânia – para o Brasil na quinta-feira (3).
Fauzi deixou Moscou conduzido por policiais brasileiros da Interpol, e ficará preso no presídio de Benfica, na Zona Norte carioca.
No Brasil, Eduardo Fauzi Richard Cerquise, de 41 anos, é velho conhecido da polícia com outras doze anotações criminais. Ele é investigado pela prática de crimes como ameaça, lesão corporal e formação de quadrilha. Em 2013, foi acusado de manter um estacionamento irregular no Centro do Rio de Janeiro.
Formado em economia pela UFRJ, foi identificado cinco dias após o ataque contra a produtora Portas dos Fundos, em dezembro de 2019, e teve a prisão decretada. Contudo, nesse momento, ele já tinha deixado o país. A fuga foi premeditada, como ele afirmou em uma entrevista ao site do projeto Colabora.
“Achavam que fui muito estúpido para não cobrir o rosto e não alterar a voz, mas fui conectado o suficiente pra ser avisado do mandado de prisão a tempo de viajar pra fora do país”, disse Fauzi.
Tapa em secretário
Ele também mostrou seu temperamento agressivo durante uma fiscalização da prefeitura, ao agredir pelas costas o então secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Alex Costa, enquanto ele dava uma entrevista. Fauzi foi processado por agressão pelo tapa. Mas o crime prescreveu antes que ele fosse julgado.
Na época, Eduardo Fauzi recorreu às redes sociais para mostrar que não tinha se arrependido da ação. “Foi o tapa mais bem dado que eu já pude dar na minha vida”, disse.
Já Alex Costa, em entrevista ao Fantástico, declarou sua indignação. “Aquele tapa não foi na minha cara só, eu acho que foi um desrespeito à sociedade, às pessoas de bem”, afirma Alex.
Agressões, ameaças e armas de brinquedo
Eduardo também já foi acusado de crimes duas vezes por sua ex-mulher, com quem teve dois filhos.
A primeira acusação foi feita em 2009. O casal estava na rua, no bairro de Botafogo, na Zona Sul do Rio, quando discutiu. Segundo consta no boletim de ocorrência, a ex mulher foi empurrada por Eduardo e começou a gritar por socorro. Os dois acabaram sendo levados para a delegacia por policiais militares.
A segunda acusação foi registrada em 2016. Depois de cobrar na Justiça o pagamento de pensão alimentícia, a ex-mulher afirmou em depoimento ter recebido as seguintes ameaças: “Posso te prejudicar de várias maneiras”; “Você anda muito sozinha na rua. Cuidado com o que pode acontecer com você”.
Após o ataque à Porta dos Fundos, a polícia apreendeu, na casa de Fauzi e em outros dois endereços ligados a ele, R$119 mil, duas armas de brinquedo, facas, e uma camisa de uma associação que se diz nacionalista.
Em janeiro de 2020, ele foi expulso do PSL, legenda à qual era filiado desde outubro de 2001.
Prisão na Rússia
Eduardo Fauzi foi preso pela Interpol em Moscou em setembro de 2020. Em janeiro de 2022, a Procuradoria-Geral da Rússia autorizou a extradição dele.
O ataque contra a produtora aconteceu em dezembro de 2019, na véspera do Natal. Os investigadores afirmam que cinco pessoas participaram do crime e que Fauzi foi o único que fugiu com o rosto descoberto.
De acordo com um documento do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, enviado à embaixada brasileira, Fauzi estava preso preventivamente em uma penitenciária federal de Moscou.
Fauzi chegou a ser réu na Justiça Federal pelo crime de terrorismo, mas uma nova decisão, do desembargador Marcello Ferreira de Souza Granado, mudou a tipificação. Ele deixou de ser acusado do crime de terrorismo, que havia sido pedido pelo Ministério Público Federal (MPF).
O caso saiu da competência da Justiça Federal e os autos retornaram para a Justiça do Rio de Janeiro.
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