Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Voltar Putin admite que sanções podem prejudicar a economia da Rússia

O presidente Vladimir Putin admitiu que as sanções ocidentais destinadas a privar o Kremlin de fundos para a invasão da Ucrânia podem ser um golpe para a economia da Rússia. “As restrições ilegítimas impostas à economia russa podem de fato ter um impacto negativo sobre ela no médio prazo”, disse Putin em comentários televisionados nessa quarta-feira (29), relatados pela agência de notícias estatal TASS.

É uma admissão rara do líder russo, que insistiu repetidamente que a economia da Rússia continua resiliente e que as sanções prejudicaram os países ocidentais ao aumentar a inflação e os preços da energia.

Em crescimento

Putin disse que a economia da Rússia vem crescendo desde julho, em parte graças a laços mais fortes com “países do leste e do sul”, provavelmente referindo-se à China e alguns países africanos. Ele também enfatizou a importância da demanda doméstica para a economia, dizendo que ela está se tornando o principal motor do crescimento.

A economia da Rússia mostrou uma resiliência surpreendente a sanções sem precedentes impostas pelo Ocidente, incluindo uma proibição da União Europeia à maioria das importações de produtos petrolíferos. Estimativas preliminares do governo russo mostram que a produção econômica encolheu 2,1% no ano passado – uma contração mais limitada do que muitos economistas previram inicialmente.

Em queda

A receita do governo russo caiu 35% em janeiro em comparação com o ano anterior, enquanto os gastos aumentaram 59%, levando a um déficit orçamentário de cerca de 1.761 bilhões de rublos (US$ 23,3 bilhões)

O Banco Mundial e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) preveem contrações de 3,3% e 5,6%, respectivamente, em 2023. O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que o crescimento da Rússia permaneça estável este ano, mas que a economia encolha pelo menos 7% a médio prazo.

Em resposta à agressão da Rússia na Ucrânia, os países ocidentais anunciaram mais de 11.300 sanções desde a invasão de fevereiro de 2022 e congelaram cerca de US$ 300 bilhões das reservas estrangeiras da Rússia.

Um oligarca russo sem rodeios, Oleg Deripaska, disse no início deste mês que a Rússia pode ficar sem dinheiro já no ano que vem.

Separadamente, o banco austríaco Raiffeisen Bank International disse, nesta quinta-feira (30), que pretende vender ou desmembrar seus negócios na Rússia. Em comunicado, o banco qualificou as condições de mercado no país de “altamente complexas” e disse estar “comprometendo-se a reduzir ainda mais a atividade comercial” por lá.

O Raiffeisenbank Russia teve lucro de pouco mais de US$ 2 bilhões no ano passado. Mas devido a regras locais estritas, a Raiffeisen não pode tirar nenhum lucro de seus negócios russos fora do país.

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No Ar: Caiçara Confidencial