Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

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Voltar Pressão, histórico de vaias e adeus a Messi tornam Maracanã campo minado para o jogo da Seleção Brasileira contra a Argentina nesta terça

Pouco mais de duas semanas separam a final da Libertadores, entre Fluminense e Boca Juniors, do clássico entre Brasil x Argentina, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 nos Estados Unidos, Canadá e México. Em comum, as duas partidas apresentam duelos entre brasileiros e argentinos, no Maracanã lotado e com Fernando Diniz no comando.

Mas as semelhanças entre as duas partidas podem parar aí. Enquanto a conquista da América marcou a consagração de Diniz, o clássico desta terça-feira (21), já inserido num contexto de pressão, pode apresentar a ele um conhecido outro lado do estádio, palco de vaias históricas à Seleção. A última partida entre brasileiros e argentinos no Maracanã ocorreu na final da Copa América de 2021, derrota por 1 a 0.

Depois de apenas cinco jogos, o trabalho já sofre contestações em razão dos resultados negativos. A derrota para a Colômbia foi a segunda consecutiva nas Eliminatórias. O terceiro jogo sem vitória, com empate em casa contra a Venezuela e derrota fora de casa contra os uruguaios. A Seleção terminou a rodada em quinto, com sete pontos. Se perder para a Argentina, corre risco de terminar este ano fora da zona de classificação direta para o Mundial. E isso numa edição em que o número de vagas subiu de quatro para seis.

Para aumentar a sensação de que a equipe não vai bem, a campanha ainda bateu um recorde negativo. Desde as Eliminatórias para a Copa de 1994, o Brasil disputa ao menos cinco partidas. Já são sete edições com a presença da Canarinho desde então. E a pontuação nunca foi tão baixa como agora.

Sem vencer há três partidas nas Eliminatórias e, pela primeira vez, perdeu duas seguidas na competição. Outro tabu quebrado em 2023 é a derrota inédita para os colombianos no torneio. Até então, haviam sido 14 confrontos, sendo sete vitórias brasileiras e sete empates.

“A equipe perdeu duas partidas, e isso é muito ruim. Mas eu acho que o tanto que o time mexeu, as mudanças que aconteceram da Copa do Mundo (do Catar) para cá, com pouco tempo para treinar, acho que tem que levar em consideração. E olhar para o lado positivo, das coisas positivas que tivemos aqui”, defendeu Diniz após o jogo, referindo-se à evolução em relação à derrota para o Uruguai, quando a equipe só registrou uma finalização.

Seja pelos resultados, seja pela performance, os jogadores devem encontrar um público desconfiado e com pouca paciência. O que não é uma novidade no histórico do Maracanã.

Em 1998, Raí, craque do São Paulo, deixou o gramado sob os gritos de “Pede pra sair”. Aquele foi o último jogo da Seleção no País antes da Copa: uma derrota por 1 a 0 em amistoso contra os argentinos. Ele acabou fora da convocação de Zagallo.

Em 2008, o técnico Dunga sentiu a ironia dos cariocas em dose dupla. Primeiro, no empate com a Bolívia, no Nilton Santos (na época apenas Engenhão), pelas Eliminatórias da Copa 2010. A torcida fez “olé” para os toques do adversário e gritou o mesmo “Pede pra sair”. Depois, em nova igualdade, só que com a Colômbia, foi a vez do Maracanã repetir o “olé” e cantar “Adeus” para o treinador ainda no primeiro tempo.

A partida, que terá o craque e atual melhor do mundo Lionel Messi capitaneando os argentinos, deverá ser a despedida dele do Maracanã. E isto impulsionou a grande procura do público. Os ingressos estão esgotados e o estádio deverá receber mais de 69 mil pessoas. O próprio craque reconheceu que a arquibancada pode fazer a diferença no clássico de terça.

“A torcida do Brasil é bem exigente com sua seleção. Então vai ser um lindo desafio para a gente”, comentou o argentino após a derrota para o Uruguai, na Bombonera.

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No Ar: Caiçara Confidencial