Sábado, 27 de julho de 2024

Sábado, 27 de julho de 2024

Voltar Presidente do Senado quer retirar grades de proteção do Congresso um ano após atos de 8 de janeiro

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nessa sexta-feira (22), que deve determinar a retirada das grades de proteção colocadas em volta do Congresso após os atos extremistas do 8 de Janeiro. O parlamentar também brincou que foi “intimado” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a estar em Brasília para uma cerimônia no Congresso em defesa da democracia na mesma data, em 2024.

Lula fará um grande evento na data que marca um ano da invasão das sedes dos Três Poderes, com a presença das principais autoridades da República. O objetivo do ato simbólico no Legislativo é evitar que o ataque à democracia seja esquecido. Na ocasião, extremistas defenderam um golpe militar no País para destituir o petista, que havia tomado posse uma semana antes, após vencer o ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022.

“Fui devidamente intimado pelo presidente da República. Ele me falou ‘Pacheco, estou pensando em fazer um evento do 8 de janeiro. Passou um ano, a gente precisa não deixar esquecer isso’”, contou o senador, durante café da manhã com jornalistas na residência oficial do Senado.

Pacheco respondeu a Lula que concordava com a ideia, mas não estaria em Brasília no dia 8 de janeiro porque faria uma viagem com seu irmão. “Ele (Lula) não gostou. Passou um tempo, o Flávio Dino me ligou”, relatou o presidente do Senado. O ministro da Justiça e Segurança Pública telefonou para combinar com o senador a organização do evento.

Pacheco, então, disse a Dino que organizaria o ato, mas voltou a afirmar que não poderia estar presente. Depois disso, Lula ligou para o presidente do Senado e insistiu para que ele fosse a Brasília no 8 de janeiro. “Pacheco, liga lá para o seu irmão e fala que você vai no dia 9″, propôs o petista ao senador. O presidente do Senado, então, concordou em participar do evento.

O parlamentar disse que Lula voltou ao assunto durante a posse do novo procurador-geral da República, Paulo Gonet, e em outras ocasiões e que cobrou também a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.

“Na promulgação (da reforma tributária), ele (Lula) olhou para mim e falou ‘você vai estar aí no dia 8, né?’”, relatou também Pacheco. O senador pretende retirar as grades do Congresso, mas disse temer manifestações no 8 de janeiro caso a proteção seja removida no dia 7, como já sugerido a ele.

Divergências 

No café com jornalistas, além de relatar telefonemas e conversas com Lula, Pacheco fez brincadeiras sobre sua relação com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), por vezes conturbada. “Esse é o cachorro do Arthur Lira”, afirmou, ao ouvir latidos do animal de estimação do deputado. A fala provocou risadas. “É o cachorro de propriedade dele”, corrigiu.

Os dois parlamentares são vizinhos em Brasília. As residências oficiais da Câmara e do Senado ficam no bairro Lago Sul da capital federal. Um coelho que vivia na casa de Lira se mudou para as instalações do senador, de acordo com o próprio Pacheco. “O coelho do Arthur está vivendo aqui. Não aguentou lá o ambiente (na residência da Câmara), aqui é mais tranquilo”, brincou.

No começo do ano, Pacheco e Lira protagonizaram embates sobre o rito de tramitação das Medidas Provisórias (MP) editadas pelo governo. “Não pode haver uma cumplicidade absoluta entre os presidentes das Casas, isso diminui o parlamento”, disse o senador, ao minimizar as divergências. Na promulgação da reforma tributária, ambos trocaram elogios.

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