Domingo, 19 de janeiro de 2025

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Voltar Presidente do partido de Bolsonaro deixa a Polícia Federal depois de depoimento no inquérito do golpe

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deixou na tarde desta quinta-feira (12) a sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, onde prestou depoimento no inquérito que investiga a suposta organização de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em outubro de 2022. Valdemar chegou à PF por volta das 14h e saiu do local por volta de 15h50. Ele não falou com a imprensa.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, também investigado no inquérito, é do partido de Valdemar. Além do presidente do PL, prestaram depoimento nesta tarde o ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Câmara, e o juiz federal Sandro Nunes Vieira, afastado do cargo pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Segundo o relatório da PF, Valdemar Costa Neto é acusado de apoiar e financiar questionamentos à integridade das urnas eletrônicas e teve um papel central na propagação de dúvidas sobre o sistema eleitoral. Já Marcelo Câmara, coronel da reserva, é apontado como um dos principais disseminadores de narrativas golpistas e participante ativo nas articulações para reverter os resultados das eleições de 2022.

O advogado Luiz Eduardo Kuntz, que representa Marcelo Câmara, afirmou que o cliente respondeu a todas as perguntas e que o depoimento foi “tranquilo”. “O coronel Câmara, na verdade, é uma testemunha importante dessa nova investigação”, declarou.

Sandro Nunes Vieira atuou no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de 2019 até agosto de 2022. Conforme a PF, o juiz atuou “de forma ilegal e clandestina” ao assessorar o PL na elaboração de um documento com acusações infundadas contra as urnas eletrônicas. O indiciamento pela PF indica que a corporação viu fatos suficientes para considerar a participação de Bolsonaro e seus ex-auxiliares na trama golpista.

O relatório com os indiciamentos foi apresentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), e o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, deve enviar o material para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Se a PGR entender que há elementos suficientes, poderá oferecer uma denúncia à Justiça contra os envolvidos. Caso a denúncia seja acolhida pelo STF, Bolsonaro e seus auxiliares se tornarão réus. Inicialmente, a PF havia indiciado 37 pessoas. Nessa quarta (11), anunciou o indiciamento de mais três, todos militares:

– Aparecido Andrade Portella — suplente da senadora Teresa Cristina (PL-MS), que foi ministra da Agricultura no governo Jair Bolsonaro;
– Reginaldo Vieira de Abreu;
– Rodrigo Bezerra de Azevedo.

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