Sexta-feira, 28 de novembro de 2025

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Voltar Presidente da França diz que acordo entre Mercosul e União Europeia ainda é insatisfatório

O presidente da França, Emmanuel Macron, disse a um grupo de empresários brasileiros que o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE) ainda “não é satisfatório e precisa ser melhorado”.

A posição de Macron contrasta com declarações feitas no final de semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que prometeu assinar o pacto com os líderes europeus no dia 20 de dezembro, em cerimônia a ser realizada no Brasil.

“O acordo com o Mercosul é, na verdade, um acordo velho que negociamos ao longo de 20 anos. Por causa disso, ele não é satisfatório e precisa ser melhorado. O acordo não leva em consideração os avanços que tivemos nesse tempo, especialmente em relação às mudanças climáticas”, afirmou o líder francês.

Macron deu as declarações no Palácio do Eliseu, nesta quinta-feira (27), durante um encontro com empresários e altos executivos brasileiros que participaram de um fórum empresarial Brasil–França.

Uma das presentes à reunião, a ex-ministra da Agricultura Kátia Abreu disse que não ficou satisfeita com a fala do presidente, que, segundo ela, revela uma posição de protecionismo do governo francês em relação ao competitivo agronegócio brasileiro.

Segundo Kátia Abreu, quem fez a pergunta a Macron sobre as negociações envolvendo a União Europeia e o Mercosul foi o diretor de Relações Institucionais da Vale, Kennedy Alencar.

O executivo da Vale também perguntou ao presidente francês se ele acreditava que o acordo seria assinado no dia 20 de dezembro, como afirmou Lula.

“Isso não depende de mim”, disse o presidente francês – que é um dos líderes mais refratários da União Europeia ao acordo.

Ele acrescentou, no entanto, que os dois lados estão trabalhando duro para tentar concretizar o acordo, embora muitas reuniões ainda sejam necessárias.

Macron afirmou ainda que o pacto com o Mercosul precisa ser aprimorado em pelo menos três aspectos.

Em primeiro lugar, seriam necessárias salvaguardas para proteger mercados que eventualmente sejam impactados negativamente pela concorrência de produtos de um dos blocos.

“Neste caso, precisaríamos aplicar um freio” para ajudar determinados setores, disse ele.

O segundo ponto está relacionado à necessidade de setores econômicos dos dois lados atuarem sob regras convergentes.

Macron deu como exemplo o próprio agro, afirmando que os produtores europeus são proibidos de utilizar determinados pesticidas que podem ser liberados no Mercosul – o que não seria justo, disse.

Por fim, seria necessário implementar um mecanismo que garanta que os dois lados estão cumprindo tudo o que foi negociado.

Luiz Fernando Furlan, acionista da MBRF e chairman do Lide, atuou como porta-voz do grupo de empresários e afirmou que as declarações de Macron não representam novidade para o Mercosul, avaliando que há espaço para convergência após 22 anos de negociações.

“A posição dele é muito positiva”, disse. (Com informações do portal de notícias CNN Brasil)

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