Sábado, 27 de julho de 2024

Sábado, 27 de julho de 2024

Voltar Presidente da CPI do MST oferece ‘calmante e hambúrguer para deputada se acalmar’ e é acusado de machismo

Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento Sem-Terra (MST), o deputado Coronel Zucco (Republicanos-RS) perguntou à deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) se ela queria “um calmante ou um hambúrguer para se acalmar”, durante reunião do colegiado.

Na ocasião, o líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha, que prestava depoimento na manhã desta quinta-feira (3), reconhecia que “tem relações políticas e fraternas” com Sâmia.

A parlamentar, então, fez o uso da palavra com o microfone desligado, fora do seu momento de fala, e ouviu este questionamento de Zucco. As demais deputadas o acusaram de machismo e gordofobia e fizeram falas em repúdio. Talíria Petrone e Fernanda Melchiona disseram que “não vão se intimidar”.

Zucco solicitou que a própria fala fosse retirada das notas taquigráficas e lembrou ataques anteriores de Sâmia Bomfim, que chegou a citar o irmão dele, que faz tratamento contra um câncer, como “investigado pelo Supremo Tribunal Federal”.

A deputada disse que já havia sido alvo, anteriormente, do presidente da CPI. Após a fala, o chat de transmissão da CPI no canal da Câmara do Youtube passou a receber mensagens com o emoji (ideogramas usados em mensagens eletrônicas) de um hambúrguer.

Rainha e Sâmia
Em depoimento à CPI do MST, o líder da Frente Nacional de Lutas (FNL), José Rainha, reconheceu nesta quinta-feira que “tem relações políticas e fraternas” com a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

Questionado pelo relator do colegiado, Ricardo Salles (PL-SP), o líder da FNL não negou o vínculo. Em seguida foi exibido um vídeo, no qual Rainha pedia votos para a parlamentar nas eleições de 2022. Ele disse não ter nenhuma ingerência sobre o fato de a sua ex-esposa ser empregada atualmente por Sâmia.

“Minha relação com a Sâmia e outros deputados é fraterna e política. Tenho relações diplomáticas e pedi votos para vários nomes nesta eleição”, disse.

O depoimento de Rainha é considerado o mais aguardado até o momento pela oposição. A sabatina acontece após o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter determinado, nesta terça (1º), que o depoimento fosse mantido.

A defesa do líder da FNL havia argumentado que Rainha tem “justo e firmado receio” em depor para a CPI, porque ele responde a um processo criminal que “abrange fatos com tema semelhante ao do colegiado”. Apesar de ter determinado a ida, Fux autorizou que Rainha fique em silêncio sobre fatos que possam “implicar em sua incriminação”. Ele cumpriu prisão preventiva entre março e junho deste ano por suspeita de extorquir fazendeiros e produtores rurais, além de participação em conflitos agrários armados.

Rainha foi convocado pela CPI do MST na condição de testemunha para esclarecer a atuação da FNL e “sanar questionamentos sobre possíveis cometimentos de crimes pelos representantes e pelo próprio movimento na condição de testemunha”.

Há expectativa por outros dois depoimentos à CPI do MST: o ministro Rui Costa, da Casa Civil foi escolhido pelo entendimento de que em seu mandato como governador da Bahia não teria empreendido “esforços para impedir atos de invasões de terra nem para garantir a propriedade privada”.

Já o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, irá como “convidado” no próximo dia 10. Ele afirmou que não há “problemas a temer” porque não há irregularidades na relação do governo com movimentos sociais. Uma declaração dele, entretanto, gerou revolta entre os opositores.

Ação do MST

O MST realizou novas invasões ao longo das últimas semanas em terrenos em Pernambuco, Bahia e Goiás. A nova onda do movimento voltou a colocar pressão no governo em meio à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em andamento para investigar a atuação do grupo.

“Não foi uma invasão, foi um protesto. Eu tive uma reunião com eles após a feira. Eles ficaram ansiosos, fizeram aquele protesto, mas já saíram”, disse Teixeira.

De acordo com o MST, que é historicamente ligado ao PT, a atitude foi uma reação à gestão de Lula. O movimento cobra o Ministério do Desenvolvimento Agrário por não cumprir a promessa de assentar 1.550 famílias, o que teria sido acordado.

“A ansiedade deles baixou porque foram prestadas as contas de todas as providências que vão ser adotadas. Então, a vida caminha”, afirmou Teixeira, completando: – Inicialmente eu teria uma reunião com o MST, mas não achei necessário fazer essa reunião pela ansiedade. Minha equipe que a fez. A equipe prestou contas, mostrou quão rápida as coisas estão andando.

 

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