Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Voltar Presidente da CPI do MST diz que deixará o Republicanos caso o partido entre no governo

Apoiador de Jair Bolsonaro (PL), o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) critica a aproximação do partido com o governo e ameaça pedir a desfiliação caso o Republicanos passe a integrar a base aliada. Na última semana, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) garantiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu nomear o deputado Silvio Costa Filho (PE) para o comando de um ministério.

“Eu falei desde o início que não acredito que seja positiva qualquer tipo de ação junto ao governo vigente. Vou manter a minha posição contrária a qualquer entrada. Aí, logicamente, vamos dialogar com o partido para mostrar que o Republicanos não ganha nada com a entrada no governo Lula”, afirmou.

Caso haja uma insistência por parte do Republicanos, Zucco disse que prefere migrar para outro partido:

“Eu não acredito que o Republicanos vai fazer parte do governo, mas caso assim o faça, não tenho dúvidas que inúmeros colegas vão preferir migrar para outra legenda. Caso faça parte, vou entrar em contato com a legenda. Realmente não está na minha vontade estar num partido alicerceado com o governo Lula.”

Na última quarta-feira (9), o partido do presidente da CPI do MST contribuiu para o esvaziamento do colegiado. Sete parlamentares da oposição foram retirados da comissão — o Republicanos pediu a substituição do titular Messias Donato (ES) e do suplente Diego Garcia (PR).

“Gerou-me decepção. Foi muito negativo para os parlamentares que foram afetados: tanto eu, na presidência, como os outros dois que souberam dos seus desligamentos pela imprensa. Foi desnecessário, algo que a gente acredita que não deveria ocorrer.”

Diante da retirada de parte dos parlamentares de oposição do colegiado, a base governista formou maioria na CPI. Zucco tenta reverter o cenário junto ao líder da bancada ruralista, Pedro Lupion (PP-PR), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Caso os parlamentares não retornem aos seus postos, a CPI pode terminar mais cedo.

A hipótese, no entanto, desagrada o presidente da CPI, que ainda deseja manter as oitivas do líder do MST, João Pedro Stédile, e do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

“Ficou claro que os partidos movimentaram parlamentares defensores da pauta do agro e que querem investigar as invasões de propriedade. O esvaziamento é extremamente negativo, pode se criar uma narrativa contrária. Se não tivermos a maioria para apresentar requerimentos, relatórios, continuar o trabalho efetivo, vamos acelerar o relatório.”

Sobre as invasões recentes, Zucco é categórico: acredita que o governo Lula se omitiu e pode ter sido até conivente com o movimento social.

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