Terça-feira, 15 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 28 de setembro de 2023
A cerimônia de posse do ministro Luís Roberto Barroso como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) reuniu de petistas, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro e parlamentares que votaram, na noite de quarta (27), contra a tese da Corte no projeto do marco temporal da terra indígena.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicano), foi acompanhado do ex-assessor do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), para o cargo de assessor especial, Vicentini Santini, seu atual secretário em Brasília.
Também esteve presente o ex-governador de São Paulo João Doria e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
Uma das últimas a chegar, minutos antes do início da cerimônia foi a ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro, a senadora Tereza Cristina (PP-MS). Ela foi uma das principais articuladoras da votação do projeto sobre o marco temporal no Congresso. A apreciação do projeto foi um claro recado do parlamento para o STF sobre a separação de poderes.
Quem também apoiou o tema e acompanhou a posse foi o senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos constituintes em atuação no Congresso atualmente.
Logo após a chegada de Renan, o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP) entrou no STF acompanhado do deputado Túlio Gadelha (Rede-PE).
A sessão solene contou ainda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), outros parlamentares e ministros de governo e aposentados do STF.
Maria Bethânia
Na solenidade, a cantora baiana Maria Bethânia interpretou o Hino Nacional. O arranjo executado por Bethânia foi de voz e violão.
Ao final da cerimônia, depois dos discursos, Barroso anunciou que a artista tocaria uma nova música. Ela apresentou, também em voz e violão, “Todo sentimento”, de Chico Buarque e Cristóvão Bastos.
Discurso
Em seu discurso de posse, Barroso defendeu direitos de minorias e afirmou que o Judiciário precisa de maior representatividade de mulheres e maior diversidade racial.
“Aumentar a participação de mulheres nos tribunais, com critérios de promoção que levem em conta a paridade de gênero. E, também, ampliar a diversidade racial”, disse.
Para Barroso, defender, por exemplo, direitos de indígenas e da comunidade LGBTQIA+, não é simplesmente progressismo, mas sim uma questão de respeito à humanidade.
“Há quem pense que a defesa dos direitos humanos, da igualdade da mulher, da proteção ambiental, das ações afirmativas, do respeito à comunidade LGBTQIA+, da inclusão das pessoas com deficiência, da preservação das comunidades indígenas são causas progressistas. Não são”, argumentou.
“Essas são as causas da humanidade, da dignidade humana, do respeito e consideração por todas as pessoas”, completou o ministro.
O novo presidente também reafirmou o compromisso do Judiciário com a democracia. Ele disse que o Brasil venceu a ameaça golpista, mas que agora é momento de pacificação nacional.
No cargo, Barroso sucede a ministra Rosa Weber, que ao completar 75 anos na segunda-feira (2), se aposentará compulsoriamente.
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