Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 19 de dezembro de 2025
Os portos públicos de Rio Grande, Pelotas e Porto Alegre movimentaram, entre janeiro e novembro de 2025, um total de 42.373.432 toneladas de cargas. O volume é o maior registrado desde 2021 e representa um crescimento de 3,01% em relação ao mesmo período de 2024 e de 2,30% na comparação com 2023. Os dados reforçam o papel estratégico da infraestrutura portuária gaúcha no suporte à produção agrícola, industrial e às exportações de commodities.
Segundo o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, o desempenho ocorre mesmo em um cenário global marcado por adversidades climáticas, instabilidade no comércio internacional e volatilidade de mercados. “Esse resultado é fruto de uma combinação de fatores, como a eficiência operacional dos terminais, o planejamento logístico integrado e o bom desempenho da produção primária gaúcha, especialmente nos setores de grãos e celulose. Os números confirmam o potencial do sistema portuário do Estado como vetor de competitividade e desenvolvimento”, afirma.
Porto de Rio Grande
O Porto do Rio Grande concentrou 40.884.088 toneladas do total movimentado, o equivalente a mais de 96% da operação dos portos públicos do Estado. O volume representa crescimento de 3,67% em relação ao mesmo período de 2024. A composição das cargas teve predominância do granel sólido, com 59,82%, seguido pela carga geral, com 32,5%, e pelo granel líquido, com 7,6%.
Entre os produtos com maior avanço estão a celulose, que atingiu 3,8 milhões de toneladas, alta de 13,67%; o farelo de soja, com 4 milhões de toneladas, crescimento de 17,47%; e o milho, que alcançou 787 mil toneladas, expansão de 810% na comparação anual. Também houve aumento na movimentação de carnes, com 877 mil toneladas, alta de 5,4%, e de sulfatos, que somaram 1 milhão de toneladas, avanço de 40,66%.
A movimentação de contêineres também apresentou desempenho expressivo, totalizando 934.691 TEUs até novembro, crescimento de 29,11% frente aos 723.940 TEUs registrados no mesmo período de 2024. Os maiores crescimentos percentuais ocorreram em maio (49,45%), janeiro (46,27%) e outubro (43,48%), indicando aquecimento das operações ao longo do ano.
Porto de Pelotas
Especializado em navegação interior por barcaças, o Porto de Pelotas movimentou 1.171.480 toneladas no acumulado até novembro, volume 10,37% superior ao registrado no mesmo período de 2024. A operação foi concentrada principalmente no transporte de toras de madeira, que somaram mais de 1 milhão de toneladas. Também foram movimentados 98,7 mil toneladas de clínquer e 12,7 mil toneladas de soja em grão.
Porto de Porto Alegre
Em sentido oposto, o Porto de Porto Alegre registrou retração de 50,14% na movimentação de cargas. Entre janeiro e novembro, o terminal somou 317.864 toneladas, compostas principalmente por fertilizantes (199,5 mil toneladas), trigo (49,7 mil toneladas) e sal (14,1 mil toneladas).
A queda está associada à fase de recuperação após as enchentes que atingiram a região, além do processo de dragagem da hidrovia, que deverá avançar nos próximos meses. A expectativa é de retomada gradual da capacidade operacional com a liberação da navegação de navios de longo curso.
Comércio exterior e operações
A China manteve-se como principal parceiro comercial dos portos públicos gaúchos. Nas exportações pelo Porto do Rio Grande, o país asiático foi destino de 9 milhões de toneladas, o equivalente a 39,49% do total. Vietnã, Coreia do Sul, Indonésia e Estados Unidos aparecem na sequência. Nas importações, a China também liderou, com 2,3 milhões de toneladas (21,52%), seguida por Argentina, Rússia, Arábia Saudita e Canadá.
De janeiro a novembro, os portos públicos do Estado operaram cerca de 3.500 embarcações, entre navios e barcaças. O Porto do Rio Grande respondeu por aproximadamente 2.900 dessas operações. A expectativa da Portos RS é encerrar o ano mantendo a trajetória de crescimento, consolidando o sistema portuário público gaúcho como estratégico no cenário nacional e internacional.
Para o secretário de Logística e Transportes, Juvir Costella, os números refletem planejamento e investimentos contínuos. “Mesmo em um contexto desafiador, o sistema portuário gaúcho manteve desempenho consistente, garantindo eficiência logística, competitividade às cadeias produtivas e segurança no escoamento da produção agrícola e industrial”, destaca.