Sábado, 18 de janeiro de 2025

Sábado, 18 de janeiro de 2025

Voltar Porto Alegre ainda não atingiu 30% da meta de vacinação contra paralisia infantil

A menos de dez dias para o encerramento da campanha nacional de imunização contra a paralisia infantil, 17,9 mil crianças de 1 a 4 anos receberam a vacina em Porto Alegre, o que representa apenas 27% da meta. A informação é da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), com base na estatística atualizada pelo governo federal até esta quarta-feira (21).

Para garantir a proteção da comunidade contra a volta da doença, denominada poliomielite ou simplesmente “pólio”, é necessário atingir ao menos 95% de segmento de público, estimado em 66,3 mil gurias e guris da capital gaúcha.

Considerando-se cada idade dentro dessa faixa, os contingentes e índices registrados até agora são de 4.201 pequenos de 1 ano (26,8%), 4.415 com 2 anos (26,2%), 4.638 no grupo de 3 anos (27,5%) e 4.709  com 4 anos (27,9%). O quadro só não é ainda mais crítico porque a ofensiva vacinal foi prorrogada no dia 9 de setembro.

A baixa adesão pode ser atribuída a diversos motivos (desinformação, esquecimento, circulação de notícias falsas etc.), menos um: falta de oferta de imunizantes. Afinal, são 123 postos de saúde prestando o serviço de forma gratuita nos mais variados bairros da cidade, além de eventuais unidades móveis – os detalhes são divulgados diariamente em prefeitura.poa.br.

Trata-se de um doença contagiosa aguda que pode atingir crianças e adultos por via fecal-oral (contato direto com as fezes ou com secreções expelidas pela boca das pessoas infectadas). Quando chega ao sistema nervoso, pode provocar paralisia flácida aguda, principalmente em membros inferiores, com sequelas permanentes e sem que haja tratamento específico.

Risco de reintrodução

De acordo com autoridades em saúde, atualmente existe alto risco de reintrodução do vírus da pólio, que não circula no País desde 1989. Em Porto Alegre e na maioria dos outros 496 municípios a situação não é diferente.

As estatísticas parciais até o momento já permitem projetar que o Rio Grande do Sul voltará a ficar abaixo da meta, repetindo um desempenho que vem causando preocupação desde 2017. Em 367 dos 497 municípios gaúchos (quase 75%) já se trabalha com um cenário no qual é grande o risco de retorno da paralisia infantil.

Na primeira quinzena deste mês, a baixa cobertura geral no Estado – pouco mais de 50% até agora – chegou a motivar a Defesa Civil gaúcha a emitir um alerta para a necessidade de avanço da campanha.

A iniciativa consistiu no envio de uma mensagem de texto por telefone celular a mais de 800 mil cidadãos cadastrados pelo órgão para receber esse tipo de aviso: “Até o dia 30 de setembro, combata o risco de retorno da paralisia infantil. Cuide das nossas crianças!”, diz um trecho do comunicado.

Geralmente, tais alertas tratam de eventos climáticos com risco à população (temporais, enchentes etc.), mas desde o início da pandemia de coronavírus o órgão tem apoiado o governo gaúcho em ações da Secretaria Estadual da Saúde.

(Marcello Campos)

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