Terça-feira, 18 de março de 2025

Terça-feira, 18 de março de 2025

Voltar Por que os partidos de esquerda são os mais fragmentados? PT tem 14 “tendências”

Partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT abriga uma variedade de grupos com visões diferentes sobre os rumos do Brasil. Apenas no Diretório Nacional da legenda existem 14 desses grupos.

Esse modelo de organização, em teoria, oferece uma maior participação dos filiados na administração partidária, aspecto conhecido como democracia interna. Entretanto, também abre espaço para o surgimento de conflitos e expõe divergências até mesmo com decisões do governo petista. Como por exemplo a pressão da Articulação de Esquerda (AE), uma tendência minoritária do PT, para que Lula demita o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e o da Comunicação, Juscelino Filho.

Essa diversidade é resultado do reconhecimento, desde 1987, do direito de tendências para os filiados, uma prerrogativa que permite aos petistas se organizarem em correntes internas que defendem diferentes posições políticas.

Nessa dinâmica cada grupo desenvolve uma tese, apresentada aos demais membros da organização, podendo ou não ser endossada por outras tendências. No contexto brasileiro, o PSOL, que nasce a partir de uma dissidência do PT, segue a mesma lógica, garantindo o direito de tendência.

Assim como ocorre no partido de Lula, o PSOL enfrenta conflitos internos. Em junho, a Corrente Socialista de Trabalhadoras e Trabalhadores (CST), uma das tendências fundadoras do PSOL, deixou o partido devido à adesão da sigla ao governo Lula. Em setembro, sete correntes do PSOL manifestaram desaprovação à escolha do marqueteiro Lula Guimarães para a pré-campanha do deputado Guilherme Boulos, rotulando o acordo como “inaceitável”.

Apesar de ser um modelo organizacional comum na esquerda, a presença de tendências não é assegurada em todos os partidos desse espectro político.

O PCdoB, por exemplo, proíbe atividades organizadas à margem da estrutura partidária, vetando explicitamente as “tendências e facções”. Enquanto isso, PDT e PSB não mencionam o tema em seus respectivos estatutos.

As tendências do PT
De acordo com o estatuto do PT, os filiados possuem o direito de se organizar em tendências, grupos que defendem posições políticas internas no partido sem expressão pública ou vida permanente.

Segundo o artigo 252 do documento, as tendências podem ser municipais, estaduais ou nacionais, atuando em diversas áreas de interesse do partido ou limitadas a setores específicos. O texto determina que tais tendências não podem ter sedes próprias, sugerindo reuniões nas sedes partidárias, com atividades internas abertas a todos os filiados.

Confira as tendências com representação no Diretório Nacional do PT e seus representantes

Construindo um Novo Brasil (CNB);
Resistência Socialista (RS);
Movimento PT (MPT);
Unidade na Luta – Integra a CNB;
Nas ruas e nas redes;
O Trabalho;
Democracia Socialista (DS);
Militância Socialista (MS);
Avante!;
Socialismo em Construção;
Articulação de Esquerda;
Novos Rumos;
Esquerda Popular Socialista;
Todas as Lutas.

As tendências do PSOL
Por sua vez, estatuto do PSOL assegura aos militantes a prerrogativa de formar tendências partidárias para contribuir nas decisões e teses do partido. Podem ser constituídas em âmbito municipal, estadual ou nacional, desde que comunicado aos órgãos dirigentes.

Movimento Esquerda Socialista (MES);
Revolução Solidária (RS);
Ação Popular Socialista (APS);
Insurgência;
Rebelião Ecossocialista;
Revolução Socialista (RS);
Subverta;
Primavera Socialista (PS);
Fortalecer o PSOL;
Esquerda Marxista (EM);
Alicerce.

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