Sábado, 27 de julho de 2024

Sábado, 27 de julho de 2024

Voltar Por que o Brasil está enviando blindados do Exército para a fronteira com a Venezuela? Entenda a situação

O Exército brasileiro vai enviar 28 veículos blindados para a região da fronteira com a Venezuela após escalada de tensão relacionada à disputa entre Venezuela e Guiana pelo território de Essequibo —uma grande porção de terra, hoje sob administração guianense, que abriga grandes reservas de petróleo. A necessidade de reforço se deu após o plebiscito promovida pelo governo Maduro aprovar a anexação de Essequibo, na Guiana.

O objetivo, segundo fonte do Alto Comando Militar, é evitar que o conflito chegue ao Brasil. “A ideia é mandar mensagem de que nosso território não pode ser usado para nenhum tipo de operação”, disse ela. Uma eventual incursão da Venezuela na Guiana por terra teria necessariamente que passar pelo Brasil, que faz fronteira com os dois países.

Os 28 veículos blindados, além uma nova tropa com até 150 homens, chegarão na região nas próximas semanas. Os veículos sairão do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul e devem demorar um mês para chegar a Boa Vista.

O envio de blindados, segundo o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, estava programado para dar apoio em operações contra o garimpo. Por isso, vão ficar em Boa Vista, a capital de Roraima, mas disponíveis para eventual atuação em Pacaraima.

O Exército brasileiro já havia reforçado o contingente em Pacaraima, a cidade de Roraima mais próxima da Venezuela, no último final de semana. A unidade militar da cidade passou de 70 para 130 militares.

Entenda o caso

No último domingo, o regime de Nicolás Maduro fez um referendo e a maioria dos venezuelanos aprovou medidas que podem resultar na anexação de parte do território, que é rico em petróleo e fica na Guiana.

Venezuelanos referendaram a criação da província “Guayana Esequiba” no território de Essequibo. A medida prevê a concessão da nacionalidade venezuelana a 125 mil habitantes da região de Essequibo.

A Guiana considera a consulta popular uma ameaça à sua integridade territorial e busca ajuda internacional, o que a Venezuela vê como interferência em seus assuntos internos. Maduro já deixou clara a intenção de usar a força para tomar Essequibo. Tanto que já mandou mais militares para a fronteira com a Guiana, que promete resistir.

Os Estados Unidos ameaçaram impor novas sanções ao governo de Maduro, que mandou mais militares para a as fronteiras com a Guiana e o Brasil. O governo brasileiro tenta evitar o conflito.

A região de Essequibo faz fronteira com o Brasil. Cerca de 70% do total de 160 mil km² de Essequibo ficam na Guiana. A área equivale a cerca de dois terços do território nacional.

Tríplice fronteira

O setor de inteligência da Polícia Federal também acompanha a situação da fronteira para passar relatórios de inteligência e embasar eventuais decisões do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No sábado, em entrevista em Dubai, onde participava da COP-28, Lula disse esperar “bom senso” em relação ao plano da Venezuela para anexar o território de Essequibo.

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