Domingo, 13 de outubro de 2024

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Voltar Polícia Federal destrói máquinas em operação que investiga extração ilegal de madeira

A Polícia Federal (PF) destruiu maquinários, nesta sexta-feira (23), durante a ação da Operação Prepori que investiga extração ilegal de madeira no Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso.

Conforme as investigações, os agentes descobriram a atuação de uma organização criminosa composta por madeireiros locais e lideranças indígenas. A ação também é uma reivindicação dos próprios caciques e lideranças dos 16 povos do parque. Foram destruídos tratores, maquinários e um caminhão toreiro.

Participaram da ofensiva 90 agentes da PF e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A operação também contou com o apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e do Exército Brasileiro.

Em nota, a Associação Terra Indígena Xingu (ATIX), que representa os povos do território, disse que denunciou várias vezes as invasões ao poder público e que agora espera que medidas efetivas sejam tomadas e que os criminosos sejam responsabilizados.

“A invasão ao nosso território, cooptação, aliciamento de indígenas e roubo dos nossos recursos naturais é uma agressão grave à dignidade dos povos xinguanos que jamais aceitaremos”, diz.

Operação Prepori

O nome dado à operação refere-se ao cacique da etnia Kayabi que teve atuação destacada e decisiva na pacificação e consolidação da comunidade de povos do Parque Indígena do Xingu.

Parque Indígena do Xingu

O Parque Indígena do Xingú foi criado em 1961 e ocupa um território de 26 mil quilômetros quadrados, o mesmo tamanho de um estado como Alagoas. O parque fica na região dos municípios de Feliz Natal, Nova Ubiratã, Paranatinga e União do Sul. O Xingu abriga 16 povos indígenas.

A investigação

A operação surgiu a partir de inúmeras denúncias de desmatamento na região do Entre Rios, no município de Nova Ubiratã, distante 500 km de Cuiabá. Madeireiros e alguns líderes indígenas estariam lucrando com a atividade ilegal e impondo silêncio à maioria indígena descontente.

Peritos da Polícia Federal elaboraram laudos de imagens de satélite onde observaram grande número de clareiras de extração recente de madeira em uma área degradada de 7,8 mil hectares. Estima-se que a madeira extraída tenha o valor de R$ 170 milhões.

O prejuízo da destruição de recursos florestais somado à degradação ambiental dentro da terra indígena foi valorado em cerca de R$ 1,7 bilhão.

 

 

 

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