Segunda-feira, 24 de março de 2025

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Voltar PIB dos Estados Unidos cresce quase 5% no terceiro trimestre, a maior alta desde 2021

O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos avançou 4,9% no terceiro trimestre na taxa anualizada, segundo dados divulgados nessa quinta-feira (26). O avanço é o maior desde 2021 e veio acima das expectativas. Analistas de mercado estimavam expansão de 4,7%.

O motor do crescimento da economia americana foi o consumo das famílias, que subiu 4%, também o maior patamar em dois anos. Com a inflação cedendo – embora acima da meta – e a resiliência do mercado de trabalho, os gastos têm crescido, mesmo com juros maiores.

Consumo do governo e investimento no setor imobiliário também ajudaram no bom desempenho do período. Com isso, a atividade econômica dos EUA avançou mais que o dobro do segundo trimestre, quando houve alta de 2,1% do PIB.

Mesmo com o resultado robusto da economia americana, a maior parte dos economistas avalia que o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) não deve elevar a taxa de juros na semana que vem. E que as chances de uma eventual recessão estão descartadas por ora.

“A atividade mais forte pode influenciar as perspectivas do Fed mais adiante. Por enquanto, acho que vai ficar no ‘higher for longer’ (mais alto por mais tempo) até pela incerteza de lá na frente você ter uma desaceleração maior. O Fed já tinha em mente que nesse terceiro trimestre ainda teríamos números fortes. A grande dúvida fica por conta do último trimestre”, destaca o sócio da Legend, José Simão.

A expectativa é que os juros sejam mantidos entre 5,25% e 5,5%, o maior nível desde 2021. No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (BC) também se reunirá na próxima semana para decidir sobre a taxa básica de juros, a Selic, e está atento aos movimentos do Fed.

“Crescimento forte não leva necessariamente a uma alta na taxa de juros na semana que vem, mas significa que o Fed vai indicar que ainda contempla taxas mais elevadas. Não dá para declarar que o aperto acabou com esse crescimento forte e inflação ainda acima da meta”, disse Chris Low, economista-chefe da FHN Financial.

Os juros mais altos fizeram o investimento das empresas cair pela primeira vez em dois anos. Já os investimentos no setor imobiliário cresceram.

“O que chamou atenção positivamente foi investimento em imóveis, que é um dos elementos que tem puxado a inflação americana. Com esse ritmo forte de compra de imóveis é difícil ver a inflação americana voltando à meta”, destaca o estrategista da RB Investimentos Gustavo Cruz.

Para Cruz, a recente onda de paralisações de trabalhadores em setores importantes, como o automobilístico, pode exercer impactos negativos nos números do quarto trimestre.

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Os juros também vêm levando a inflação a cair. O índice de preços de gastos com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) aumentou 2,9%, no terceiro trimestre em comparação com um aumento de 2,5% no trimestre anterior.

Mas o avanço das contratações e dos ganhos salariais dos trabalhadores têm mantido o consumo das famílias americanas em alta. O gasto com serviços, por exemplo, teve maior aumento em quase dois anos.

Para o quarto trimestre, a previsão é que a economia desacelere, com a greve das montadoras no país e um possível acirramento do conflito no Oriente Médio, entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

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No Ar: Bom Dia Caiçara