Segunda-feira, 09 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 4 de março de 2022
O general de divisão Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde do governo Jair Bolsonaro, foi transferido para a reserva remunerada do Exército. Ele fez o pedido ao presidente no dia 21 de fevereiro, e foi atendido nesta sexta (4), com a publicação no “Diário Oficial da União”.
A transferência vale a partir do dia 28 de fevereiro. O pedido do ex-ministro antecipa a aposentadoria dele da instituição, que seria automática partir de 31 de março, segundo as regras do Exército.
Ao passar para a reserva, o ex-ministro fica liberado para se candidatar nas eleições de outubro deste ano. Mesmo antes de Pazuello deixar o ministério, aliados bolsonaristas o incentivavam a disputar uma vaga no Congresso pelo Rio de Janeiro ou Amazonas, Estado no qual atuou em parte da carreira como general.
“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que a Diretoria de Civis, Inativos, Pensionistas e Assistência Social (DCIPAS) recebeu, no dia 21 de fevereiro, requerimento do General de Divisão Eduardo Pazuello solicitando a sua passagem para a reserva remunerada. O requerimento será processado e o ato formal de passagem para a reserva, publicado oportunamente no Diário Oficial da União”, informou o Exército.
Pazuello foi pressionado a se aposentar após participar de ato político com o presidente Jair Bolsonaro no Rio de Janeiro. Ele já não era ministro. Apesar de o Regulamento Disciplinar do Exército determinar punição para integrantes que “manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária”, o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, argumentou que não houve indisciplina.
O ex-ministro foi promovido a general de brigada do Exército em 2014 e, em 31 de março de 2018, a general de divisão, último grau da carreira para oficiais intendentes, como Pazuello.
De acordo com a regra do Exército, Pazuello iria para a reserva de forma obrigatória em março deste ano porque já chegou ao último grau da carreira e por completar o período de quatro anos como general de divisão.
Ministro da Saúde
Pazuello assumiu o comando do Ministério da Saúde em maio de 2020 e deixou a pasta março de 2021. A escolha do presidente Bolsonaro foi muito criticada por colocar um militar, sem experiência na área de Saúde, para comandar a pasta durante a pandemia de Covid-19.
A gestão de Pazuello foi marcada por apoio ao uso da cloroquina, medicamento ineficaz contra a Covid; crise de abastecimento de medicamentos e oxigênio; e mudanças de discurso sobre tratamento precoce contra a Covid.
Pazuello também foi alvo de críticas ao ser desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro quando tentou comprar a vacina Coronavac e a reagir afirmando: “É simples assim. Um manda e o outro obedece”.
Depois de deixar o ministério, Eduardo Pazuello foi um dos depoentes da CPI da Covid, do Senado Federal. O depoimento esteve entre os mais aguardados pela CPI – e foi também um dos mais tensos e recheados de contradições.
O ex-ministro da Saúde revoltou os senadores ao dizer que só faltou oxigênio em Manaus por três dias e foi duramente contestado por Eduardo Braga (MDB-AM), que chamou de mentirosa a afirmação do ex-ministro.
Dois dias depois do depoimento de Pazuello, o senador Renan Calheiros, relator da CPI, apontou 15 mentiras contadas por Pazuello em suas respostas aos senadores.
No Ar: Show da Tarde