Quarta-feira, 09 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 23 de junho de 2023
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nessa sexta-feira (23) que nações desenvolvidas farão um financiamento de US$ 100 bilhões (cerca de R$ 477 bilhões) para ações de combate a mudanças climáticas em países em desenvolvimento.
A meta, no entanto, não vem sendo cumprida nem com o Acordo de Paris, fechado em 2015. Os países ricos se comprometeram a garantir o financiamento de US$ 100 bilhões por ano, a partir de 2020, para ajudar os mais pobres no na proteção do ambiente. Ainda segundo o chefe de Estado francês, um grupo formado por países ricos criou também um fundo para a biodiversidade e a proteção das florestas.
O presidente francês anunciou a promessa de financiamento durante o painel final de uma cúpula em Paris para debater uma nova agenda financeira global com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais cerca de 40 líderes mundiais.
O objetivo da cúpula é aumentar o financiamento ambiental para os países de baixa renda e aliviar suas dívidas, além de tentar reformar os sistemas financeiros do pós-guerra.
Na quinta-feira (22), o Banco Mundial afirmou que facilitará o financiamento para países atingidos por desastres naturais, e o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou que atingiu sua meta de disponibilizar US$ 100 bilhões (R$ 477 bilhões) em direitos especiais de saque (SDRs) para nações vulneráveis.
Mas os Estados Unidos ainda não aprovaram a legislação necessária para liberar sua parcela no valor anunciado pelo FMI, no valor de mais de um quinto do total. A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que esta é uma prioridade para o governo do presidente Joe Biden.
“Os líderes estão fartos do status quo, eles querem mudanças”, disse o chefe da Organização Mundial do Comércio, Ngozi Okonjo-Iweala, na cúpula.
Críticas ao FMI
Em seu discurso, Lula fez críticas ao FMI, organização criada após a Segunda Guerra para reestruturar as economias de países pós-conflito. Atualmente a instituição oferece empréstimos a nações em dificuldade financeira.
Para Lula, “aquilo que foi criado depois da Segunda Guerra Mundial, as instituições [..] não funcionam mais, e não atendem mais as aspirações e nem os interesses da sociedade”.
“Vamos ter claro que o Banco Mundial deixa muito a desejar naquilo que o mundo aspira do Banco Mundial. Vamos deixar claro que o FMI deixa muito a desejar naquilo que as pessoas esperam do FMI”, disse.
Países mais pobres
Também na cúpula, a Zâmbia fechou um acordo para reestruturar mais de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 28,6 bilhões) em dívidas com outros governos. Os problemas da dívida da África estão associados ao duplo desafio enfrentado por alguns dos países mais pobres do mundo em lidar com os impactos das mudanças climáticas enquanto se adaptam à transição verde.
Algumas autoridades ocidentais acusaram a China, o principal credor bilateral de muitos países africanos, de atrasar a reestruturação da dívida. O governo de Xi Jinping nega.
No Ar: Bom Dia Caiçara