Sábado, 18 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 26 de maio de 2022
Os Estados Unidos aceleraram a reformulação dos sistemas de defesa de Taiwan para impedir um possível ataque da China. Segundo ex-funcionários e atuais assessores do presidente Joe Biden, a guerra na Ucrânia conscientizou autoridades americanas e taiwanesas de que o risco existe, mas também mostrou como um pequeno Exército pode resistir ao inimigo mais poderoso.
Autoridades dos EUA estão usando lições aprendidas ao armar a Ucrânia para trabalhar com Taiwan na moldagem de uma força mais poderosa que poderia repelir uma invasão marítima da China, que tem uma das maiores forças armadas do mundo.
O objetivo é transformar Taiwan no que algumas autoridades chamam de “porco-espinho” – um território repleto de armamentos e outras formas de apoio liderado pelos EUA que parece doloroso demais para ser atacado.
Há muito tempo Taiwan tem mísseis que podem atingir a China. Mas as armas fabricadas nos Estados Unidos que comprou recentemente – plataformas de foguetes móveis, caças F-16 e projéteis antinavio – são mais adequadas para repelir uma força invasora.
Alguns analistas militares dizem que Taiwan pode comprar minas marítimas e drones armados mais tarde. E como na Ucrânia, o governo dos EUA também poderia fornecer inteligência para aumentar a letalidade das armas, mesmo que se abstenha de enviar tropas.
Autoridades americanas têm pressionado discretamente seus colegas taiwaneses a comprar armas adequadas para a guerra assimétrica, um conflito no qual um exército menor usa sistemas móveis para realizar ataques letais contra uma força muito maior, dizem autoridades americanas e taiwanesas.
Dissuasão
Washington usa cada vez mais a presença de seus militares e aliados como dissuasão. O Pentágono começou a divulgar mais detalhes sobre as travessias de navios de guerra americanos pelo Estreito de Taiwan – 30 desde o início de 2020. E autoridades dos EUA elogiam nações parceiras como Austrália, Reino Unido, Canadá e França quando seus navios de guerra transitam pelo estreito.
Ao intensificar sua postura e linguagem, os Estados Unidos estão tentando caminhar sobre uma linha tênue entre a dissuasão e a provocação. As ações correm o risco de levar o presidente Xi Jinping da China a ordenar um ataque a Taiwan, dizem alguns analistas.
Uma ofensiva chinesa contra Taiwan pode assumir muitas formas, como um ataque marítimo e aéreo em grande escala na ilha principal com barragens de mísseis, uma invasão de pequenas ilhas mais próximas da costa sudeste da China, um bloqueio naval ou um ataque cibernético.
“Estamos claros sobre o que detém a China e o que provoca a China?” disse Bonnie Glaser, diretora do programa da Ásia no German Marshall Fund dos Estados Unidos. “A resposta para isso é ‘não’, e esse é um território perigoso.”
A linguagem forte do presidente Biden durante uma visita a Tóquio nesta semana chegou na ponta dos pés à provocação, disseram Glaser e outros analistas em Washington.
Ele afirmou que os Estados Unidos tinham um “compromisso” de se envolver militarmente para defender Taiwan – a terceira vez que ele fez tais comentários durante sua presidência. E ele disse explicitamente que tomaria medidas que vão além do que os Estados Unidos fizeram na Ucrânia. Embora Pequim possa ver as palavras como beligerantes, elas são consistentes com a nova ênfase de Washington na dissuasão forçada.
Aliança
Os Estados Unidos têm pedido aos aliados que se manifestem sobre Taiwan em um esforço para mostrar a Pequim que Washington pode reunir outras nações contra a China se ela atacar a ilha democrática autônoma. Desde 2010, os EUA anunciaram mais de US$ 23 bilhões em vendas de armas para Taiwan – US$ 5 bilhões apenas em 2020.
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