Sábado, 07 de setembro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 23 de dezembro de 2023
Por 13 votos a favor, nenhum contra e as abstenções de Estados Unidos e Rússia, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução que “exige a todas as partes que autorizem e facilitem a entrega imediata, segura e sem obstáculos de assistência humanitária em grande escala” à população civil da Faixa de Gaza.
A resolução nº 2.720 também ordena a criação das “condições para um cessar-fogo duradouro das hostilidades”. Também pede “a criação de condições para uma cessação duradoura das hostilidades”, segundo a agência France Presse.
O documento solicita ao secretário-geral, António Guterres, a nomeação de um coordenador humanitário e de reconstrução para atuar na facilitação, no monitoramento e na verificação da situação em Gaza.
Os membros do Conselho de Segurança adiaram por vários dias a resolução para evitar um novo veto, especialmente dos EUA, que têm poder de veto.
Um dos maiores pontos de discordância entre os integrantes do conselho era com a linguagem: os Estados Unidos queriam uma resolução que condenasse o Hamas com todas as letras; outros países queriam um cessar-fogo, algo que a diplomacia americana, mesmo pressionada internamente, vinha rejeitando.
A aprovação do texto tem pouco efeito prático, mas impõe uma pressão política nos dois lados envolvidos no conflito.
“Sabemos que não é um texto perfeito, sabemos que só um cessar-fogo pode pôr fim ao sofrimento”, disse a embaixadora dos Emirados Árabes Unidos, Lana Zaki Nusseibeh, autora do projeto.
Posição de Israel
O chanceler de Israel, Eli Cohen, desafiou o texto e avisou que seu país “continuará a atuar de acordo com o direito internacional e a monitorar toda a ajuda humanitária que chegar a Gaza, por motivos de segurança”.
“A decisão do Conselho de Segurança sublinha a necessidade de garantir que a ONU se torne mais eficiente na transferência da ajuda humanitária e de garantir que ela chegue ao destino e não acabe nas mãos dos terroristas do Hamas”, escreveu o ministro das Relações Exteriores israelense.
Fome em Gaza
Por sua vez, o movimento fundamentalista islâmico Hamas classificou a resolução como “insuficiente”, por não responder à “situação catastrófica criada pela máquina de guerra sionista”. Na quinta-feira (21), o Ministério da Saúde, controlado pela facção extremista, anunciou que o número de palestinos mortos nos bombardeios chegou a 20 mil. Enquanto a ofensiva militar aérea e terrestre prosseguia no sul, Israel anunciou que disparos de foguetes a partir do Líbano mataram um soldado e feriram gravemente outro perto da fronteira entre os dois países, no norte.
No campo de refugiados de Nuseirat, situado no centro da Faixa de Gaza, o médico Hazem Abu Moloh, 49 anos, comemorou a decisão do Conselho de Segurança da ONU. “Nós buscamos a aprovação de qualquer resolução para deter a guerra. As pessoas estão morrendo de fome”, admitiu ao Correio, por meio do WhatsApp. “A situação humanitária é ruim. Não temos eletricidade algumas vezes, nem internet ou telefone. As redes de telecomunicações não funcionam. Além disso, a comida está muito cara.”
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