Terça-feira, 15 de outubro de 2024

Terça-feira, 15 de outubro de 2024

Voltar O setor de seguros do Brasil deve fechar o ano com crescimento superior a 17% de arrecadação

Resiliente e com alto grau de adaptabilidade, o setor de seguros fecha 2022 com resultados expressivos. Dados da Confederação Nacional das Seguradoras (Cnseg) mostram um crescimento na arrecadação de 17,1% (sem “Saúde Suplementar”) e de 12,9% considerando o segmento. O maior destaque para esta expansão é o segmento de “Danos e Responsabilidades”, que deve subir 25,2%; enquanto a projeção para “Cobertura de Pessoas” (seguros de Vida e Planos de Previdência) é de 13,1%. “Capitalização” deve fechar o ano com alta de 18,2% e “Saúde Suplementar” com 7,7% de expansão.

De acordo com o superintendente de estudos e projetos da CNseg, Thyago Ayres, o setor segue de acordo com os movimentos da economia e vem trabalhando para o desenvolvimento da cultura do seguro no País.

“Somos um setor resiliente porque temos produtos para todas as causas e motivos. Vamos bem apesar da economia, mas somos extremamente relacionados a ela. Se um segmento vai mal, outro compensa em um equilíbrio dinâmico. A cultura do seguro no Brasil ainda é menos consolidada do que em outras partes do mundo, mas a pandemia nos colocou em evidência. Um exemplo claro é o ‘seguro de vida’. Inicialmente ele não cobria a pandemia, por ser bem estruturado, acabou pagando as indenizações. Depois disso, avançamos na vacinação, os sinistros caíram, mas a arrecadação continua indo bem. O ‘seguro residencial’ também cresceu. Forçadas a ficar em casa, muitas pessoas viram a importância da assistência para serviços. Em certos nichos a pandemia trouxe esse senso da necessidade”, explica Ayres.

Outro ponto importante para o desenvolvimento do setor, segundo o especialista, foi a digitalização dos modelos de negócios acelerada nos dois últimos anos. Junto a isso, o surgimento de novos modelos de cobertura e formatos de contrato. Mais do que em qualquer outro momento histórico, foi decisivo compreender a mudança de comportamento dos consumidores.

“Temos uma comissão de inteligência de mercado que estuda bem o comportamento do consumidor. Já estávamos falando da digitalização do setor e a pandemia acelerou tudo isso. As vendas digitais tomaram conta do mercado. Coberturas menos engessadas, as assinaturas e o pagamento por uso ajudaram a democratizar o acesso. Somos plurais e temos um produto para cada pessoa. A pandemia e a implantação da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) contribuíram fortemente, por exemplo, para o grande crescimento da demanda por seguros contra riscos cibernéticos”, pontua.

Em Minas Gerais, Estado marcado pela produção de commodities, pelo forte setor de logística e transporte e por concentrar cerca de 10% da população nacional – configurando o segundo estado mais populoso da federação –, os resultados foram positivos, alguns, até, bem acima da média nacional.

Minas foi o terceiro Estado com maior volume de arrecadação até outubro de 2022 (R$ 25,2 bilhões), ficando atrás de São Paulo e Rio de Janeiro. O resultado foi 23,1% superior ao de 2021, enquanto o Brasil registrou 17,9%. Os produtos que mais contribuíram para essa evolução foram: Automóvel (21,6%) e Família VGBL (44,0%).

No mercado de seguros de Automóvel foi o segundo maior no País, com 8,6% da arrecadação nacional, ficando atrás de São Paulo (40,4%). Arrecadou R$ 3,5 bilhões até outubro, 40,8% a mais que em 2021. No período, o resultado nacional foi de 34,3%.

Também foi o segundo maior mercado de seguro de Transportes no País, com 8,5% da arrecadação nacional, ficando atrás de São Paulo (52,4%). Arrecadou R$ 359,7 milhões até outubro, 51,8% a mais que em 2021. No período, o resultado nacional foi de 25,9%.

Minas é, ainda, o segundo maior mercado de Títulos de Capitalização no País, com 9,4% da arrecadação nacional, ficando, mais uma vez, atrás de São Paulo (36,7%). Arrecadou R$ 2,2 bilhões até outubro, 17,1% a mais que em 2021. No período, o resultado nacional foi de 16,8%.

“A potência econômica de Minas Gerais está bem refletida nos resultados do setor de seguros em 2022. O Estado ajuda a puxar a média nacional para cima e, de maneira geral, tem desempenho inferior apenas ao estado de São Paulo. No que diz respeito ao pagamento de indenizações, benefícios, sorteios e resgates, foi o quinto estado que mais pagou indenizações, benefícios, sorteios e resgates até outubro de 2022 (R$ 6,7 bilhões). Ficando atrás de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. O resultado para o Estado foi 17,4% superior ao de 2021, pouco abaixo da média nacional que registrou 17,7%. O produto que mais contribuiu para essa evolução foi Automóvel, com 138,1%”, destaca.

Minas foi o terceiro maior pagador de indenizações de seguros de Automóvel no País, com 9,0% do desembolso. Ficando atrás de São Paulo (38,4%) e PR (16,5%). Pagou R$ 2,5 bilhões até outubro, 118,5% a mais que em 2021. No período, o resultado nacional foi de 40,2%.

Nos próximos dois itens, também ficou em segundo lugar. Minas registrou 8,0% do desembolso nacional no pagamento de indenizações de seguros de Transportes. Ficando atrás de São Paulo (58,3%). Pagou R$ 172,0 milhões até outubro, 15,3% a mais que em 2021. No período, o resultado nacional foi de 42,0%.

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