Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

Voltar O senador Davi Alcolumbre foi acionado por integrantes do governo para ajudar a apaziguar a relação entre o presidente da Câmara dos Deputados e o senador Renan Calheiros

Presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o senador Davi Alcolumbre (União-AP) foi acionado por integrantes do Palácio do Planalto nesta semana para ajudar a apaziguar a relação entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Há um temor crescente no governo de que a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem no Senado, de autoria de Renan, possa respingar na relação do Planalto com Lira e prejudicar itens da agenda econômica.

O colegiado vai investigar a responsabilidade da Braskem no afundamento do solo em diversas regiões de Maceió (AL). Renan também tem questionado o acordo firmado pela gestão do prefeito João Henrique Caldas (PL), aliado do presidente da Câmara, com a empresa.

Alcolumbre é visto como um nome do Senado que tem bom trânsito com Lira. Ele já ajudou na interlocução com o deputado alagoano em momentos de crise com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ao longo deste ano. No auge das divergências, Lira e Pacheco ficaram sem se falar por cerca de três meses. Alcolumbre fazia a intermediação entre os dois, inclusive passando recados.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus aliados fizeram um esforço para adiar a CPI para o ano que vem. No início da semana, Lula também chamou Renan e Lira para uma reunião, no Planalto, mas o encontro não foi bem sucedido em acalmar os ânimos, pelo contrário.

Segundo participantes da conversa, o mal-estar ficou explícito quando um dos presentes sugeriu que fosse feito um registro da reunião, como é praxe no Planalto, mas não houve clima nem mesmo para a imagem.

Um dos principais impasses agora é sobre a relatoria da CPI da Braskem. Renan quer assumir o cargo, mas aliados de Lira resistem a essa ideia por alegarem que isso vai intensificar a guerra política em Alagoas.

Eleito presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM) promete fazer a escolha do relator nesta terça-feira (19), mas há quem defenda que isso também seja adiado para o próximo ano.

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foi contra o colegiado e tem feito sinalizações aos aliados do presidente da Câmara. Uma delas foi ter defendido, em caráter reservado, o nome de Dr. Hiran (PP-RR), correligionário de Lira, para a relatoria. Jaques defendeu que Hiran seria um nome “equilibrado”.

Integrantes do governo consideram que o mais prudente é Lula deixar claro que não concorda com a CPI para evitar qualquer ruído com Lira, especialmente no momento em que precisa aprovar a reforma tributária e a medida provisória (MP) que trata da subvenções. Até agora, consideram que o presidente foi bem sucedido nesse objetivo.

Arthur Lira afirmou, nas redes sociais, que a CPI não pode ser um “palanque político”. Ele destacou que o presidente do colegiado fez um compromisso público neste sentido.

“Confio que a CPI criada pelo Senado para investigar os problemas da exploração de sal-gema em Maceió pela Braskem fará um trabalho técnico meticuloso e profundo e de apuração”, declarou, na rede X.

Alguns parlamentares consideram que as divergências sobre a CPI também podem impactar na relação dos presidentes da Câmara e do Senado. Parlamentares próximos a Lira dizem que ele costuma culpar Pacheco por supostamente respaldar Renan.

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No Ar: Show da Tarde