Quarta-feira, 09 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Caiçara | 23 de junho de 2023
As autoridades tentam determinar o que causou a “catástrófica perda de pressão interna na cabine” do submarino Titan, o submersível que levava cinco pessoas para visitar os destroços do Titanic. Conforme a Guarda Costeira dos Estados Unidos, uma implosão subaquática ocorre quando uma embarcação não funciona em perfeito estado.
Uma implosão é um tipo de fenômeno de choque causado pela diferença das pressões externa e interna de um compartimento. As forças tentam encontrar um equilíbrio entre essas diferentes pressões, o que acaba comprimindo o compartimento. No caso de uma explosão, os destroços são lançados para longe. Mas em uma implosão, as forças fazem com que esse corpo, neste caso, o submersível, colapse em direção ao seu centro.
Segundo os pesquisadores, uma implosão subaquática, em princípio, segue a mesma lógica da demolição de prédios ou das bombas, mas com ingrediente extra, que é a água como meio para que ele ocorra. “Quando um submarino não funciona bem e afunda a profundidades cada vez maiores, o aumento da pressão da água em função da profundidade da água exerce uma pressão hidrostática correspondentemente mais alta na casca externa do submarino”, descreve a pesquisa.
Dessa forma, essa pressão pode acabar ultrapassando os limites da estrutura, e a implosão ocorre de uma maneira abrupta, em questão de milissegundos, e a casca do submarino é instantaneamente esmagada.
Embora a Guarda Costeira não tenha deixado claro em qual profundidade o Titan estava no momento em que ocorreu a implosão, sabe-se que os destroços do Titanic estão a quase 4 quilômetros abaixo da superfície do mar. Em tal profundidade dentro do oceano, a pressão pode ser centenas de vezes maior do que a da superfície, o que pode provocar a implosão.
Causas possíveis
O oceanógrafo David Zee, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), avalia que as próprias batidas por socorro no interior da embarcação podem ter provocado — ou acelerado — a implosão.
Segundo Zee, a implosão do submersível já era a teoria mais provável após os destroços terem sido encontrados, mas ela não necessariamente aconteceu no momento em que a comunicação foi perdida. O submarino pode ter passado dias no fundo do mar, impactado por uma pressão cada vez maior conforme a profundidade foi aumentando, o que tornou sua estrutura vulnerável até às batidas de socorro dos tripulantes no interior.
Qualquer rachadura [na estrutura] aumenta os riscos de uma implosão naquela profundidade. Os tripulantes poderiam estar lá no fundo tentando se comunicar batendo [no casco], o que explicaria as equipes terem escutado algo durante as buscas, mas num momento de desespero isso também pode ter danificado o casco e implodido tudo — explica Zee. — Quando acontece isso, é que nem pisar em um ovo, ele se estilhaça para todos os lados.
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