Quarta-feira, 26 de março de 2025
Por Redação Rádio Caiçara | 24 de novembro de 2023
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, disse que o fechamento do Banco Central é “inegociável”. A promessa de campanha foi reafirmada em meio aos boatos de que Luis Caputo deve ser indicado como ministro da Economia do novo governo.
O nome não foi anunciado pela coalizão Liberdade Avança, mas é dado praticamente como certo pela imprensa local. O Clarín destaca até que Luis Caputo já está “trabalhando como se fosse ministro” ao noticiar um encontro do economista com banqueiros nesta sexta para discutir a crise argentina.
A possível nomeação foi celebrada pelo mercado, mas colocou em dúvida as promessas do libertário. Luis Caputo é mais moderado que o presidente eleito e já criticou abertamente a dolarização da economia — medida que deve avançar junto ao fechamento do Banco Central, segundo os planos de Javier Milei.
“Diante dos falsos rumores que têm sido espalhados, queremos esclarecer que o fechamento do Banco Central da República Argentina (BCRA) não é uma questão negociável”, disse o gabinete do presidente eleito em comunicado no X (antigo Twitter).
Formação de governo
Em meio à especulação sobre o ministério da Economia, Emilio Ocampo desistiu da presidência do Banco Central. O recuo teria sido motivado pelas diferenças entre em relação à dolarização da economia. A proposta de Milei como saída para a inflação (que chegou a 143% no acumulado em 12 meses) inclui o resgate da dívida do Banco Central e o seu fechamento.
Emilio Ocampo havia concordado com a missão: “uma honra que Javier Milei tenha me escolhido para fechar o Banco Central e eliminar a inflação”, disse na época do convite antes mesmo da eleição. O favorito para assumir o ministério da Economia, por outro lado, é mais resistente às medidas drásticas.
Essa posição mais moderada é dominante entre as figuras próximas ao ex-presidente Mauricio Macri, como é o caso de Luis Caputo, que ocupou os cargos de ministro da Economia e presidente do Banco Central ao longo da gestão macrista. Diante do recuo de Emilio Ocampo, a presidência do BC argentino deve ficar a cargo de Demian Reidel, que também integrou o governo Macri.
Governabilidade de Milei
Com a promessa de ruptura, Javier Milei conquistou uma vitória expressiva sobre o candidato do peronismo Sergio Massa. A sua coalizão Liberdade Avança saltou de 3 para 38 deputados e elegeu 8 senadores mas, apesar do bom resultado, o libertário está longe de ter maioria parlamentar. E resta saber se ele vai conseguir reunir os apoios necessários para avançar com as propostas radicais.
Com a coalizão Juntos pela Mudança, a base de Javier Mileir chegaria a 120 deputados. Mas os partidos do bloco entraram em choque com o apoio do ex-presidente Mauricio Macri e da candidata derrotada Patricia Bullrich ao libertário no segundo turno. E relatos da imprensa dão conta que essas divisões internas se acentuam agora que Bullrich foi confirmada ministra da Segurança do novo governo, que toma posse em 10 de dezembro.
No Ar: Caiçara Confidencial