Segunda-feira, 21 de abril de 2025

Segunda-feira, 21 de abril de 2025

Voltar “Nós, economistas, erramos muito”, diz o presidente do Banco Central

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que “nós, economistas, erramos muito” as projeções, especialmente de crescimento econômico, e brincou que “a melhor forma de levar o nome à ruína é pedir conselho de economista”.

“O efeito coletivo de todas as reformas que foram feitas tem valor positivo, o Brasil foi o único que fez reforma na pandemia. As reformas fizeram com que o crescimento estrutural tenha subido um pouquinho. Os erros de previsão estão associados aos efeitos coletivos dessas reformas”, disse durante evento da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).

Campos Neto salientou ainda que, “olhando o histórico”, o Brasil “não consegue gerar crescimento com investimento público” e disse que a alocação privada é melhor e mais eficiente. Segundo ele, em algumas áreas “o governo precisa estar, como sustentabilidade”.

O presidente do BC afirmou que os vetores de crescimento econômico neste ano não estarão presentes em 2024 e enfatizou que grande parte da surpresa veio do agro e parte de serviços.

“O impulso fiscal não estará presente em 2024 também”, disse.

“Por outro lado, a gente abre espaço para ter mais investimento privado. O Brasil deveria receber mais fluxo de investimento de fora”, ponderou.

Ele disse que a reforma tributária também vai trazer efeitos positivos. Campos Neto afirma que ambos os textos “endereçam” a resolução das distorções.

“Apesar de o faseamento ser longo, quando a gente faz uma reforma, entendo que vai trazer valor no futuro, parte é capturada no valor presente porque as pessoas reagem”, declarou. Segundo ele, há empresários que pensarão que daqui a 5 anos vai ter “um negócio melhor”, então começa a se planejar mais cedo….

Mas avaliou que o “formato da Câmara melhor que o do Senado”.

“Achei o formato que saiu da Câmara [dos Deputados] melhor do que o formato que veio do Senado da Reforma porque foram feitas algumas adaptações, principalmente em medidas especiais. Mas, ainda assim, é muito melhor do que o que a gente tem hoje”, declarou.

Sobre a situação fiscal, ele ressaltou que o arcabouço “elimina risco de cauda mas não gera convergência de dívida, estabiliza”.

De acordo com o presidente do BC, a concentração bancária no Brasil caiu “e é um dos poucos países em que cai”. Ele lembrou que os bancos deixaram de arrecadar cerca de R$ 14 bilhões com TED e DOC após a implementação do Pix, mas não deixaram de ganhar dinheiro. “Perdeu de um lado mas ganhou de outro”, disse.

 

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