Domingo, 19 de maio de 2024

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Voltar Nível do Guaíba deve se manter em torno de 4 metros pelos próximos 10 dias

O nível do rio Guaíba, que banha Porto Alegre, ainda deve permanecer acima dos três metros pelos próximos 25 dias. A informação é do hidrólogo da Sala de Situação do Estado do Rio Grande do Sul, Pedro Camargo, em live realizada no sábado a noite com o governador do Estado, Eduardo Leite (PSDB).

“Embora não esteja chovendo forte em Porto Alegre nesse momento, tem muita água chegando ainda do rio Jacuí para o Guaíba, então o rio deve ficar variando entre cinco e 5,10m, por dois ou três dias ainda. A gente deve ter esse pico nesse intervalo. Nos próximos cinco a dez dias, deve permanecer acima dos quatro metros”, afirmou.

Segundo ele, levando em consideração o tempo que levou para a água baixar na enchente de 1941, e o maior volume de chuvas dessa vez, a expectativa é de que leve pelo menos 25 dias para o nível da enchente ficar abaixo dos 3 metros.

O governador Eduardo Leite ressaltou uma outra situação crítica no Estado, na Lagoa dos Patos. Segundo ele, a água da lagoa vai subir e afetar os munícipios na orla. “Não vai ter chuva, mas o nível vai subir e as pessoas precisam estar preparadas. Já emitimos o alerta para as prefeituras”, afirmou.

Camargo explicou ainda que o escoamento das águas do Guaíba será responsável pela subida da enchente na Costa Doce.

A meteorologista Cátia Valente, que também participou da live, afirmou que o volume de chuvas vem diminuindo, e a previsão é de que ele seja menor nas próximas 36 horas. “Não é mais nada perto do que estava acontecendo”, disse. No entanto, segundo ela, as chuvas dos próximos dias ainda serão suficientes para atrapalhar as ações de resgate realizadas pelo governo do estado.

“O nível da água ainda vai demorar a baixar. As pessoas precisam compreender que a extensão dos danos e a situação crítica acontece em muitos locais ao mesmo tempo”, disse o governador. Segundo ele, o governo segue em “operação de guerra”, com auxílio das Forças Armadas e sociedade civil, mas ressalta que “ainda vai haver muito transtorno nos próximos dias”.

Sistema de contenção

Professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, Fernando Mainardi Fan detalha que o sistema de proteção de cheias da Capital tem enfrentado várias falhas ao longo do sistema de proteção, o que contribui para a entrada da água na cidade. As casas de bomba tiveram problemas ao recebê-las do Guaíba, e duas das seis estações de Tratamento de Água (Etas) estão fora de operação e sem previsão de retorno de abastecimento, de acordo com o Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae).

“O sistema de proteção de cheias de Porto Alegre está operando mais como um sistema de retardamento da entrada da água do que como um sistema de proteção efetivamente. Claro que isso já está sendo muito bom porque o principal da inundação até o momento está sendo barrado pelo sistema de proteção. Mas agora estamos sentindo os impactos dentro da cidade, em função do sistema não ter funcionado a pleno”, esclarece.

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No Ar: Caiçara Confidencial