Quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Voltar Na conferência do clima, Lula quebra protocolo para Marina falar sobre florestas e se emociona

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se emocionou neste sábado (2), durante evento da Cúpula do Clima da ONU, a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, ao ceder seu espaço na plenária de países florestais para que a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, discursasse em seu lugar.

Lula faria o discurso final do painel sobre florestas, mas quebrou o protocolo e passou a palavra para Marina, chorando ao apresentá-la como “uma pessoa da floresta”.

“Precisamos de muita, muita coisa. Vinte e oito edições da COP para que pela primeira vez as florestas viessem falar por si só. E eu não poderia utilizar a palavra sobre as florestas, se eu tenho no meu governo uma pessoa da floresta. A Marina nasceu na floresta, se alfabetizou aos 16 anos”, afirmou Lula.

Antes de passar a palavra para a ministra, o petista cobrou mais uma vez que os países riscos concedam financiamento aos países florestais. Nesta COP, o governo brasileiro apresentou proposta para que os países com Fundos Soberanos invistam, ao menos, US$ 250 bilhões em um Fundo para manutenção das florestais tropicais de todo o mundo.

“É a primeira vez que estamos dizendo: não basta evitar desmatamento, é preciso cuidar das florestas, das pessoas que moram na floresta. Isso custa muito dinheiro e os países ricos têm que ajudar a pagar”, disse Lula.

O Reino Unido anunciou neste sábado que vai doar mais 35 milhões de libras (o equivalente a cerca de R$ 215 milhões) ao Fundo Amazônia. O país também assinou o contrato com o Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que permitirá o repasse para o Fundo Amazônia das 80 milhões de libras (cerca de R$ 500 milhões), que já haviam sido prometidos pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ao presidente Lula em maio.

Em seu discurso, Marina Silva falou a respeito das ações do governo na área e afirmou que é preciso que todos os setores assumam suas responsabilidades nesse processo.

“Compromisso com floresta não é só de governo, é de empresa, sociedade e da ciência. E nós contamos com toda sociedade”, disse.

Marina destacou as políticas para os povos indígenas e quilombolas como essenciais para preservação das florestas.

“Os povos originários são responsáveis por 80% das florestas protegidas do mundo, e o povo quilombola agora também tem uma mulher, uma mulher negra, Anielle Franco, uma jovem que está ajudando a proteger floresta com o povo quilombola”, ressaltou.

Na última sexta-feira (1º), o governo brasileiro lançou uma proposta para ampliar o financiamento destinado à conservação de florestas.

O mecanismo sugere a criação de um fundo para captar investimentos que serão revertidos em uma remuneração por hectare preservado.

A ideia do Brasil é que pessoas que conservem a floresta sejam pagas por esse serviço prestado. O projeto, ainda em fase preliminar, pretende captar inicialmente US$ 250 bilhões (R$ 1,23 trilhão) para até 80 nações florestais.

 

Voltar

Compartilhe esta notícia:

Deixe seu comentário

No Ar: Bom Dia Caiçara